quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Piercings, quais os riscos e cuidados? / Dra Luna Azulay

1) Atualmente, fazer piercings pode ser considerada uma prática segura ou ainda envolve riscos?

Dra Luna Azulay: Será segura se for feita como um procedimento cirúrgico, com material esterilizado adequadamente. O maior risco talvez seja a transmissão do vírus da hepatite. Também pode ocorrer infecção cutânea a curto prazo ou, mais tarde, uma reação no local.

2) Existem contra-indicações para esse tipo de prática?

Dra Luna Azulay: Sim. Pacientes com diabetes, problemas na coagulação do sangue, deficiências imunológicas e, certamente, os alérgicos à metal.

3) A partir de que idade o corpo recebe melhor os piercings?

Dra Luna Azulay: Não conheço dados sobre isso. É importante que os pais concordem com o procedimento caso contrário o profissional que fizer o procedimento terá inconvenientes para explicar ter feito o ato no menor.


4) Os piercings mais comuns são feitos no umbigo, na língua, no nariz, na parte superior da orelha e na sobrancelha. Entre esses existe algum que ofereça mais riscos ao corpo? Qual? Pq?

Dra Luna Azulay: Nesses anos que tenho de prática em dermatologia tive casos de complicação com piercing na orelha, na sobrancelha e no umbigo. Algumas vezes foi possível resolver sem precisar retirar o piercing.

5) Quais são os cuidados básicos que devem ser tomados quando fazemos um piercing?

Dra Luna Azulay: No momento do procedimento, ele deve ser feito em condições estéreis. Após o procedimento, o cuidado a ser tomado é como o de qualquer ferimento. E, na seqüência, deve-se tomar cuidado para não haver acúmulo de materiais retidos pelo piercing.

Prof. Dra. Luna Azulay Abulafia

Título de especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Presidente da Internacional Society of Dermatology (Sociedade Internacional de Dermatologia) em 2000.
Presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Estado do Rio de Janeiro no biênio 1998/1999.
Presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia 2010
Profª Assistente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ e Universidade Gama Filho – UGF.
Membro do Colégio Ibero Latino Americano de Dermatologia.
Membro da American Academy of Dermatology
Membro da International Society of Dermatology

Pós-graduação
Doutorado em Dermatologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Tese: Hanseníase de Lucio, Fenômeno de Lucio e a Síndrome de Anticorpo Antifosfolipídio. Conclusão em 2004
Mestrado em Dermatologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tese: Doença de Dowling-Degos. Conclusão em 1982
Especialização em Dermatologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ. Conclusão em 1982

Graduação
Graduada no curso de Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ. Conclusão em 1979.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Antialérgicos ou Anti -histamínicos


Histamina é o nome da substância química mais famosa envolvida nas reações alérgicas. Quando a histamina é liberada, provoca dilatação e inchação dos vasos, bem como aumento secretivo e coceira. No caso da rinite, a presença da histamina ocasiona coceira, espirros, coriza e bloqueio nasal. Na urticária provoca placas avermelhadas com muita coceira na pele. Na alergia ocular, resulta em coceira, avermelhamento e irritação da conjuntiva dos olhos. Na dermatite atópica pode ajudar no controle da coceira, que é intensa e prejudica a pele, agravando a doença.
Desde a década de 30 observou-se que era possível aliviar os sintomas da alergia usando remédios que antagonizassem com a histamina. Mas, só na década de 40 foi lançado o 1º remédio anti-histamínico. Desde então, o conhecimento só fez crescer e hoje dispomos de muitos remédios com esta finalidade.
É importante lembrar que a histamina não é exclusiva da alergia pois participa também de outras doenças. Por isso, hoje existem anti-histamínicos usados no tratamento de vômitos, vertigens, etc. Mas aqui falaremos apenas dos remédios usados no tratamento das alergias, chamados de ANTI-HISTAMÍNICOS H1 (ou antialérgicos H1 podem ser divididos em 2 grupos: 1) Clássicos e 2) Não Clássicos

Antialérgicos ou Anti histamínicos H1 clássicos

Estes são os antialérgicos mais antigos, chamados de primeira geração, pois foram os primeiros a serem usados no tratamento das doenças alérgicas, sendo os mais conhecidos:
- Dexclorofeniramina
- Hidroxizina
- Prometazina
- Ciproeptadina

Efeitos colaterais:

O efeito mais comum e incômodo é a sedação. Citam-se ainda: sonolência (ou agitação), diminuição da concentração, alterações de memória e da coordenação psico-motora. Podem causar também: boca seca, visão turva, retenção da urina, aumento de apetite e ganho de peso. Estes medicamentos devem ser evitados em motoristas, pilotos ou em trabalhadores em risco de acidente.

Uso associado:

Alguns remédios associam antialérgicos H1 a descongestionantes. Algumas destas associações são comercializadas com venda livre e até anunciadas na mídia como antigripais. Mas, seu uso deve ser evitado, a não ser quando prescritas pelo médico.
A associação com descongestionantes (pseudoefedrina) pode provocar efeitos colaterais desagradáveis, como: taquicardia, palpitações, insônia, nervosismo e irritabilidade, entre outros.

Antialérgicos ou anti histamínicos H1 não clássicos

Este grupo de medicamentos é também conhecido como de “segunda geração” ou de “nova geração”, pois são os mais modernos, englobando uma vasta gama de produtos, pertencentes aos seguintes grupos:
- Loratadina
- Desloratadina:
- Cetirizina
- Levocetirizina
- Ebastina
- Fexofenadina
O surgimento destes medicamentos foi um avanço, pois proporcionam alívio dos sintomas causando pouca sedação, com mínimos efeitos na atividade psicomotora.
Em alguns casos, pode ocorrer dor de cabeça (cefaléia), sendo o efeito colateral mais significativo. A maioria está autorizado para uso em crianças e adultos. Desloratadina e fexofenadina estão autorizados para uso após 6 meses de idade, sendo os demais recomendados após 2 anos de idade.

Uso associado

Estes medicamentos também podem ser usados em associação com pseudoefedrina, resultando em efeito descongestionante. Neste caso, o nome comercial vem acrescido da letra D. Do mesmo modo que nos AH clássicos, deve ser feito com cautela devido à possibilidade de efeitos adversos, em especial: insônia. agitação, taquicardia, ações na próstata e glaucoma, entre outros.

Antialérgicos – anti histamínicos de uso nasal e ocular

Recentemente foram lançados medicamentos antihistamínicos pra uso em forma de spray nasal ou de gota ocular de forma a atuar no tratamento direto da rinite e da alergia ocular, com mínimos efeitos colaterais. São eles:
- Azelastina
- Olopatadina
- Emedastina
- Cetotifeno

Antialérgico – anti histamínico fitoterápico

Existe antialérgico no mercado à base do extrato das folhas de Petasites hybridus

Antialérgico – anti histamínico usados sob forma de cremes e pomadas

Não são recomendados para uso devido à sua baixa eficácia e alto índice de alergia, dermatite de contato, muitas vezes de grande intensidade, comprometendo o paciente.