O Lupus Eritematoso (LE) é uma doença auto-imune, ou seja, uma alteração do nosso sistema imunológico que passa a produzir anticorpos contra nossas próprias células, provocando inflamação e danificando os nossos órgãos, entre eles, a pele. A causa desse desequilíbrio imunológico é desconhecida.
A doença ocorre com maior frequência em mulheres jovens, sendo os homens pouco afetados. Uma característica importante é a fotossensibilidade. A luz solar pode provocar o surgimento ou agravar as lesões cutâneas, que situam-se principalmente nas áreas da pele expostas ao sol.
Outro fator que pode desencadear o surgimento da doença é o estresse emocional intenso.Existem formas diferentes da doença. Uma delas afeta somente a pele e é conhecida como LE cutâneo discóide ou LE crônico. Outra forma, mais grave, é o LE sistêmico ou agudo, na qual ocorre o acometimento da pele e de órgãos internos. Uma forma intermediária é o LE subagudo, que apresenta lesões cutâneas mais numerosas e um envolvimento menos grave dos órgãos internos.
Na pele, formam-se lesões planas, de cor avermelhada, rósea ou violácea. Apresentam descamação, pequenos vasos sanguíneos dilatados na superfície e podem ter as bordas mais escuras. As lesões mais antigas podem levar à atrofia cutânea, deixando cicatrizes com perda da cor da pele e dos pêlos.
Situam-se com maior frequência nas regiões da pele expostas à luz solar, principalmente na face. Quando ocupam as regiões malares (maçãs da face) e o nariz, podem adquirir um formato de "asa de borboleta", característico da doença (foto abaixo).
Outras localizações habituais são as orelhas, os lábios e o couro cabeludo, onde podem provocar queda dos cabelos de forma definitiva (alopécia cicatricial). Com menor frequência, ocorrem no tórax (colo ou V do decote), ombros, antebraços e mãos.
No LE sistêmico, além das lesões cutâneas, que estão presentes em 80% dos casos, aparecem, com frequência, febre e dores articulares. Outras alterações, menos frequentes, são anemia, convulsões, inflamação das membranas que envolvem o pulmão e o coração, e distúrbios renais. O acometimento dos rins pode causar danos graves e irreversíveis, com perda definitiva do seu funcionamento.
Para se diagnosticar a doença, é necessário realizar biópsia da pele, exames de sangue e de urina, radiografia de tórax e, eventualmente, outros exames, de acordo com os sintomas apresentados.
Tratamento :
O tratamento visa interromper a auto-agressão causada pelos anticorpos, diminuindo a inflamação. Por ser uma doença que pode afetar vários órgãos, algumas vezes é necessário o acompanhamento do paciente por vários especialistas, como dermatologista, reumatologista, nefrologista, hematologista e neurologista.
É importante proteger-se da luz solar, evitando sair ao sol e usando filtros solares com alto fator de proteção. As lesões de pele podem ser tratadas com medicação de uso tópico, sob a forma de cremes, pomadas e loções capilares.
Nos casos com lesões cutâneas mais acentuadas ou com acometimento de órgãos internos, são empregados medicamentos por via oral, para combater a inflamação. Estes remédios podem provocar efeitos colaterais importantes e devem ser rigorosamente acompanhados pelo médico.
Quando os rins estão gravemente afetados ou ocorrem alterações que possam trazer risco de vida, como o acometimento do sistema nervoso central, o tratamento requer hospitalização para uso de medicação via endovenosa.
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