domingo, 31 de maio de 2009

Tinea Corporis ( Infecçao Fúngica do Corpo )


Infecção da superfície do corpo causada por fungos do grupo do mofo chamados de dermatófitos.

O corpo normalmente hospeda uma quantidade de microrganismos, incluindo, bactérias, fungos do grupo do mofo (dermatófitos) e fungos do grupo das leveduras (tais como a Cândida). Alguns deles são úteis ao organismo, outros podem multiplicar-se rapidamente e provocar infecções. As infecções fúngicas são causadas por plantas microscópicas (fungos) que podem viver nas células mortas do cabelo, das unhas e das camadas externas da pele.

A tinea corporis (freqüentemente denominada tinea do corpo) é um distúrbio cutâneo comum, especialmente entre as crianças, porém, pode aparecer em pessoas de qualquer idade. Ela é causada por fungos do grupo do mofo (dermatófitos). Veja também a tinea da cabeça (envolvendo o couro cabeludo), a tinea crural (tinea inguinal) e a tinea do pé (pé-de-atleta).

As infecções por Cândida (leveduras) que envolvem a pele incluem a erupção das fraldas, afta oral, candidíase cutânea e outros distúrbios similares.

Os fungos crescem em áreas quentes e úmidas. A suscetibilidade à infecções fúngicas aumenta devido à higiene deficiente, pele exposta à umidade por tempo prolongado e lesões menores na pele ou nas unhas.

As infecções por tinea são contagiosas e podem ser transmitidas por meio de contato direto ou de objetos, como por exemplo, pentes, roupas e superficies de chuveiros ou piscinas. Também podem ser transmitidas por meio do contato com animais domésticos portadores do fungo (os gatos são portadores comuns).



Sintomas:

-prurido na área afetada
-lesão cutânea, exantema :
* nos braços, pernas, rosto, tronco (geralmente em área exposta do corpo)
* formato anular
* mancha avermelhada (pele anormalmente escura ou clara)
* as bordas avançam e se espalham e o centro é claro
* as bordas têm aspecto escamoso, diferenciado

Sinais e exames:

O diagnóstico se baseia originalmente na aparência da pele.
Pode-se realizar um exame de fluorescência com a lâmpada de Wood para confirmar o diagnóstico, assim como o exame KOH (hidróxido de potássio), no qual as raspagens da pele são dissolvidas em KOH e depois examinadas ao microscópio. Este teste é comumente realizado porque é fácil de ser executado e os resultados ficam disponíveis de imediato. Pode também ser feita uma biópsia de lesão cutânea com exame microscópico ou cultura para procurar os dermatófitos. Esse exame pode não ser necessário em todos os casos.




Tratamento:

Deve-se ter cuidado para não sobretratar a tinea, visto que isso pode causar efeitos colaterais.

A tinea geralmente reage ao auto-cuidado. Mantenha a pele limpa e seca. Os pós antifúngicos e sicativos tópicos (aplicados na pele) de venda livre, tais como os que contêm miconazol, clotrimazol, ou ingredientes similares, são freqüentemente eficazes para controlar a tinea.

Uma infecção grave ou crônica pode precisar de tratamento adicional com um médico, que pode prescrever medicamentos antifúngicos orais. A prescrição de medicamentos tópicos mais fortes, tais como o cetoconazol e o sulconazole pode ser necessária. Em alguns casos, os corticosteróides tópicos (veja corticosteróides tópicos de baixa potência e corticosteróides tópicos de potência média à muito elevada) podem ser acrescentados aos antifúngicos tópicos. Podem ser necessários antibióticos para tratar as infecções bacterianas secundárias.


Complicações:

- infecções cutâneas bacterianas secundárias, tais como a celulite
- propagação da tinea para os pés, couro cabeludo, virilha ou unhas
- piodermite, dermatofitide, ou outros distúrbios da pele
- supertratamento da dermatite
- efeitos colaterais sistêmicos de medicamentos (veja o medicamento específico)


Prevenção:

Uma boa higiene geral ajuda a prevenir as infecções por tinea.

Recomenda-se manter a pele limpa e seca. Seque bem as pregas da pele, pés, virilha e outras áreas depois do banho ou após nadar. Troque de roupas, meias e sapatos sempre que necessário a fim de manter a pele seca. Evite o contato com animais domésticos infectados tanto quanto possível.

As roupas e os objetos de uso diário, tais como pentes e as superfícies do banheiro, devem ser limpas e secas completamente antes de serem utilizadas novamente, a fim de prevenir a propagação da infecção. Deve-se lavar bem as mãos após o contato com qualquer infecção fúngica, incluindo o contato ao tratar tal infecção.

sábado, 30 de maio de 2009

Sarampo

É uma doença infecto-contagiosa provocada pelo morbili vírus e transmitida por secreções das vias respiratórias como gotículas eliminadas pelo espirro ou pela tosse. O período de incubação, ou seja, o tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas, é de cerca de 12 dias e a transmissão pode ocorrer antes do aparecimento dos sintomas e estender-se até o quarto dia depois que surgiram placas avermelhadas na pele. O sarampo é uma doença potencialmente grave. Em gestantes, pode provocar aborto ou parto prematuro.


Além das manchas avermelhadas na pele (exantema maculopapular eritematoso), que começam no rosto e progridem em direção aos pés, podemos citar os seguintes sintomas: febre, tosse, mal-estar, conjuntivite, coriza, perda do apetite e manchas brancas na parte interna das bochechas (exantema de Koplik). Otite, pneumonia, encefalite são complicações graves do sarampo.





Diagnóstico :

É feito através de exames clínicos e, quando necessário, confirmado por exame de sangue.

Tratamento :

Por ser uma doença autolimitada, o tratamento é sintomático, isto é, visa ao alívio dos sintomas. Paciente com sarampo deve fazer repouso, ingerir bastante líquido, comer alimentos leves, limpar os olhos com água morna e tomar antitérmicos para baixar a febre. Em alguns casos, há necessidade de tratamento para o aumento de imunidade.

Vacina :

A vacina anti-sarampo é eficaz em cerca de 97% dos casos. Deve ser aplicada em duas doses a partir do nono mês de vida da criança. Exceção feita às mulheres grávidas e aos indivíduos imunossuprimidos, adultos que não foram vacinados e não tiveram a doença na infância também devem tomar a vacina.

Recomendações :

- Não se descuide do programa de vacinação de seus filhos. A vacina contra o sarampo é a melhor forma de evitar a doença que pode ser grave, especialmente se elas estiverem debilitadas;

-Procure saber a causa da doença de crianças que convivem com seus filhos. O sarampo é uma doença altamente contagiosa e de caráter epidêmico;

-Não deixe de procurar atendimento médico se aparecerem manchas avermelhadas na pele de sua criança, mesmo que ela tenha sido vacinada contra o sarampo;

-Investigue se você teve a doença na infância ou tomou a vacina quando criança. Em caso de dúvida é melhor procurar um centro de vacinação.

OBS : Texto de Autoria do Dr. Drauzio Varella

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Escabiose ou Sarna


A escabiose ou sarna é uma doença parasitária, causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei. É uma doença contagiosa transmitida pelo contato direto interpessoal ou através do uso de roupas contaminadas. O parasita escava túneis sob a pele onde a fêmea deposita seus ovos que eclodirão em cerca de 7 a 10 dias dando origem a novos parasitas.

A doença tem como característica principal a coceira intensa que, geralmente, piora durante a noite. A lesão típica da sarna é um pequeno trajeto linear pouco elevado, da cor da pele ou ligeiramente avermelhado e que corresponde aos túneis sob a pele. Esta lesão dificilmente é encontrada, pois a escoriação causada pelo ato de coçar a torna irreconhecível. O que se encontra na maioria dos casos são pequenos pontos escoriados ou recobertos por crostas em consequência da coçadura. É possível a infecção secundária destas lesões com surgimento de pústulas e crostas amareladas.



As lesões atingem principalmente os seguintes locais: abdomem, flancos, baixo ventre, umbigo, pregas das axilas, cotovelos, punhos, espaços entres os dedos das mãos e sulco entre as nádegas.
Nos homens, localização característica são os genitais, onde formam-se lesões endurecidas e elevadas no pênis e na bolsa escrotal, que coçam muito. Nas mulheres, é comum os mamilos serem afetados pela doença. Nos bebês, o acometimento das plantas dos pés e palmas das mãos é frequente.
A escabiose raramente atinge a pele do pescoço e da face, exceto nas crianças, em quem estas regiões podem também ser afetadas.



Tratamento :
O tratamento da sarna consiste na aplicação de medicamentos sob a forma de loções na pele do corpo todo, do pescoço para baixo, mesmo nos locais onde nao aparecem lesões ou coceira. Após terminada a primeira série do tratamento, este deve ser repetido uma semana após, para atingir os parasitas que estarão deixando os ovos. Medicamentos para o alívio da coceira devem ser utilizados, porém não são os responsáveis pela cura.
O tratamento também pode ser realizado por via oral, sob a forma de comprimidos tomados em dose única. Pode ser necessária a repetição após 1 semana. Em casos resistentes ao tratamento, pode-se associar os tratamentos oral e local.
As roupas de uso diário e as roupas de cama devem ser trocadas todos os dias, colocadas para lavar e passar a ferro. Todas as pessoas da casa que tiverem qualquer tipo de coceira devem se tratar ao mesmo tempo, para evitar a recontaminação. As unhas devem ser escovadas com sabonetes apropriados para a retirada de parasitas ali depositados pelo ato de coçar.
Para evitar a doença não use roupas pessoais, roupas de cama ou toalhas emprestadas, evite a glomerações ou contato íntimo com pessoas de hábitos higiênicos duvidosos.
Em pessoas com bons hábitos higiênicos, a sarna pode ser confundida com outras doenças que causam coceira, devendo o diagnóstico correto ser realizado por um médico dermatologista que indicará o tratamento ideal para cada caso.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Catapora

Uma doença altamente contagiosa provocada por um vírus. Com nome científico de varicela, costuma atingir principalmente as crianças. Em geral, é benigna e costuma incomodar principalmente pelas manchas vermelhas e pela coceira intensa.

Quem já teve varicela uma vez na vida, não corre mais o risco de desenvolvê-la. No entanto, como o vírus da catapora é o mesmo do herpes zoster (ou cobreiro), existe o risco de um indivíduo com defesa baixa desenvolver uma nova doença depois de entrar em contato com doentes em fase de ontágio. Quem tem doenças imunodepressivas, como Aids, deve manter distância do vírus.

Existe uma vacina que previne a doença. Em Brasília, está disponível em centros de vacinação ou clínicas particulares de pediatras ou dermatologistas. O preço médio é de R$ 65,00. É indicada para todas as crianças com mais de um ano e para adolescentes e adultos que ainda não foram contagiados pela varicela.

Transmissão :

É muito comum em época de chuva e frio, quando as pessoas se juntam em locais fechados com maior freqüência. Crianças em fase escolar têm maiores chances de se contagiar pelo vírus.
A transmissão se dá pelo ar. Se uma criança ou um adulto que nunca teve catapora entrar em contato com alguém contagiado, a contaminação é quase certa.

Incubação :

Depois de entrar em contato com o vírus da catapora, o indivíduo permanece entre 14 e 21 dias sem apresentar sintomas. É o que se conhece como tempo de incubação.

Sintomas :

Começam com pontinhos vermelhos espalhados pelo corpo que se parecem com picadas de inseto. Nessa fase, a doença não costuma ser detectada facilmente.

Essas manchas , depois de dois ou três dias, crescem e mudam de aspecto. Tornam-se vesículas (folhas cheias de um líquido transparente). As bolhas podem aparecer em regiões delimitadas do corpo ou nele inteiro. Muitas vezes, os sinais aparecem também nas mucosas da boca, do nariz, dos olhos, entre outras.

Além da coceira intensa, o contagiado pode apresentar febre baixa, dor de cabeça. É uma doença que pede repouso durante os primeiros dias depois de surgirem os primeiros sintomas.

O estágio no qual o corpo fica com sinais variados – desde as manchinhas parecidas com picadas de inseto, bolhas, até as feridas e crostas ressecadas – é o mais característico da doença. Nessa fase, não há como confundir a catapora com qualquer outro problema. Enquanto as feridas não cicatrizarem, é preciso manter o doente isolado, pois há risco de contaminação.

Complicações :

A catapora é um problema pouco grave, desde que bem tratado. No entanto, se a doença se manifestar em crianças com resistência muito baixa ou se não for cuidada devidamente, podem apresentar complicações como:

* Infecção bacteriana secundária: muitas vezes, a criança coça os caroços com unhas sujas, que podem estar contaminadas por bactérias. Se as bolhas contiverem líquido amarelo, é sinal de infecção;
* Pneumonia: o vírus da doença pode entrar no organismo e provocar doenças mais sérias em outros órgãos, como pulmões;
* Encefalite: é uma inflamação no cérebro. Se esta complicação for detectada rapidamente, as seqüelas podem ser evitadas. Mas se o tratamento for displicente, a doença pode até matar.

Tratamento :

Antes de qualquer remédio, uma determinação: nunca coce. As bactérias são invisíveis e podem infeccionar as feridas. Normalmente, as cicatrizes escuras da catapora são decorrentes de infecções secundárias.

Cuidados locais. Banhos com permanganato de potássio são sempre aconselhados para aliviar a coceira e cicatrizar rapidamente as feridas. Importante: dissolva um pacote ou um comprimido em cinco litros d'água.

Se houver início de infecção, antibióticos podem ser receitados. Procure sempre o médico antes de tomar qualquer remédio. Se as dores de cabeça ficarem fortes, é possível que tenha surgido alguma complicação.


Dicas para o paciente :

-Corte sempre as unhas e deixe-as limpas;
-Evite contato com pessoas com baixa capacidade de defesa;
-Use roupas leves, para evitar calor e aliviar as coceiras;
-Use luvas na hora de dormir, se a coceira incomodar muito;
-Tente aliviar o prurido com talcos mentolados ou banhos com maisena.

Dr. Alisson Costa de Morais em Entrevista sobre Câncer de Pele para TV

Médico Alergologista e Dermatologista Dr. Alisson Costa de Morais
fala sobre cuidados, tipos e tratamento de Câncer de Pele

http://www.youtube.com/watch?v=e75a_0ETnAw

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Síndrome de Stevens-Johnson


Consiste em uma reação alérgica grave, envolvendo erupção cutânea nas mucosas, podendo ocorrer nos olhos, nariz, uretra, vagina, trato gastrointestinal e trato respiratório, ocasionando processos de necrose, com causas muitas vezes desconhecidas. A reação alérgica pode ser causada por estímulos causados por drogas, infecções virais, entre outras, embora em grande parte dos casos a etiologia específica não seja facilmente identificável. As drogas mais freqüentemente suspeitas são a penicilina, os antibióticos contendo sulfa, os barbitúricos, os anticonvulsivantes, os analgésicos, os antiinflamatórios não esteróides ou o alopurinol. Em alguns casos, ocorre juntamente com uma outra doença grave, complicando o diagnóstico.

As lesões cutâneas são máculas eritematosas, bolhas sero-hemorrágicas, e púrpura. O início é geralmente abrupto, podendo ocorrer: febre, mal-estar, dores musculares e artralgia.

As lesões são extensas, envolvem várias áreas do corpo com erupções cutâneas, podendo haver também lesão da íris. A reação é facilmente observada nas mucosas bucais e conjuntivas, além de úlceras genitais.

A patologia pode evoluir para um quadro toxêmico com alterações do sistema gastrintestinal, sistema nervoso central, rins e coração (arritmias e pericardite). O prognóstico torna-se grave principalmente em pessoas idosas e quando ocorre infecção secundária. Pode evoluir para uma forma mais grave, a Necrólise Epidérmica Tóxica (NET), na qual a camada superior da pele desprende-se em camadas.

As cicatrizes decorrentes da necrose podem levar à perda de funções orgânicas. Quando atinge os brônquios, pode levar à insuficiência respiratória. Outras conseqüências: cegueira, complicações renais, complicações pulmonares, perfuração do globo ocular, hemorragia gastrointestinal, hepatite, nefrite, artralgia, artrite, febre, mialgia, entre outros.


O diagnóstico geralmente é através da caracterização das erupções cutâneas, que surgem após 1 a 3 semanas da exposição ao estímulo.

Tratamento :

Deve-se interromper imediatamente o uso de medicamentos suspeitos. O paciente deve ser hospitalizado e monitorado, e o uso de corticóides é controverso e deve ser cauteloso, pois podem elevar o índice de mortalidade causada pela síndrome. O doente deve ser tratado na unidade de queimados, com cuidados rigorosos para evitar infecções. É feita a reposição endovenosa dos líquidos e sais minerais perdidos devido à lesão.