quarta-feira, 6 de abril de 2011

Alergia a batons



Batons são amplamente utilizados na população, não só pelas mulheres como por homens, em especial em ambientes profissionais, onde muitas vezes é exigido o uso do cosmético.

A maioria das reações ocasionadas por batons é do tipo alergia de contato, localizada na área externa dos lábios, geralmente poupando a mucosa da boca. Em alguns casos, as lesões podem se espalhar pela face, na medida em que piora. Algumas pessoas usam o batom como blush em suas bochechas,ou mesmo como sombra em pálpebras, favorecendo com que a alergia surja em áreas inesperadas da face, confundindo o diagnóstico.

Principais Sensibilizantes

As substâncias que provocam a sensibilização são os corantes, perfumes, veículos e mais raramente, os excipientes. A eosina (tetrabromofluoresceína) é a substância que mais causa sensibilização.
Veículos: Lanolina, Cera de abelha, Cera de carnaúba, Óleo de castor, Óleo de mamona
Corantes: Eosina, Tartrazina, Carmin, Fluoresceína, Ponceau
Fragrâncias: Óleo de bergamota, óleo de lavanda, essência de rosas
Outras substâncias: Bronopol, Parabenos, Resorcina e até mesmo os metais contidos nos estojos devem ser levados em conta.

A alergia aos batons surge de forma inesperada mesmo em pessoas que já faziam uso do cosmético e não da primeira vez, como se pensa. Os lábios ficam irritados, coçam muito, ardem. Vermelhidão e inchaço podem ocorrer. Com o passar do tempo, a alergia pode se agravar ocasionando uma reação de eczema no local.

O diagnóstico é feito pelo alergista analisando o histórico clínico e a rotina de maquiagerm da paciente. O exame clínico das lesões fundamenta a suspeita. A realização de testes de contato confirma a alergia e detecta as substâncias suspeitas.

O tratamento se baseia no afastamento do produto. A opção é o uso de batons hipoalergênicos, que não contém as mesmas substâncias, sendo bem aceitos pela maioria das consumidoras. Em geral, utilizam ingredientes vegetais, manteiga de Karitê e outras, sem as substâncias potencialmente alergênicas da maioria dos batons comuns. É importante ressaltar que o fato de um produto ser hipoalergênico não garante que não provocará alergia, mas a chance é bem menor.

Um caso famoso de alergia a cosméticos é a senadora Marina Silva, que dá uma dica interessante às alérgicas e vaidosas, que não abrem mão de um colorido nos lábios: raspas de beterraba aplicadas com pincel. E acrescenta: como a beterraba seca rápido, uma gota de óleo de coco dá um efeito “gloss” ao produto.

Dicas

- Hidrate os lábios
- Evite passar a língua para umedecer o lábio, pois a saliva provoca ressecamento.
- O uso de filtro solar protege a pele dos lábios da exposição ao sol.
- Utilize sempre produtos de fonte confiável, com registro de aprovação pela Anvisa.

Creche e doenças alérgicas



A vida moderna obriga as mães a colocarem seus bebês em creches cada vez mais cedo. E chega o outono a queixa começa a surgir: febre, tosse, catarro, numa sinfonia indesejável.

Mas, por que os bebês adoecem?

É preciso entender que o ser humano nasce indefeso. Na realidade, os anticorpos que
possui se originam da mãe, através da placenta na gravidez e do leite materno após o nascimento. Por isso é tão importante a amamentação no primeiro ano de vida.

A produção de anticorpos pelo bebê é lenta e começa mais tarde. É normal que a criança pequena, mesmo saudável, tenha uma imunidade imatura que só se resolverá com o passar do tempo, na medida em que o sistema de defesa adquire maior experiência frente às agressões. Nessa faixa de idade, a alergia não é a grande vilã na maioria das vezes. Mas pode ser uma importante coadjuvante.

Enfatizo que na maior parte das vezes, estas crianças não têm um problema sério de saúde e nem a imunidade baixa. Existem crianças que são portadoras de doenças do sistema imunológico (imunodeficiências). Mas, neste caso é diferente: o desenvolvimento infantil se altera, há uma nítida dificuldade para ganhar pêso, as infecções são severas, há necessidade de internação hospitalar e o restabelecimento é muito lento. Até a aparência da criança se altera pela doença.

Estamos falando de crianças normais e que passam por uma dificuldade própria de sua idade. Estudos comprovam que até os 4-5 anos de idade, é normal que uma criança tenha de 8-10 resfriados (viroses) por ano. Não há uma regra que sirva para todas as crianças. A maioria fica bem com o passar do tempo. Na verdade, nossos pais e avós tinham razão: o ideal seria começar a frequentar escolas por volta dos cinco anos. Mas é preciso viver a realidade de hoje. Então, vamos lá:


10 Dicas para pais e responsáveis

1. Ao procurar uma creche ou escola, verifique se as instalações se encontram dentro dos padrões estabelecidos pela vigilância sanitária municipal. Por exemplo, alguns dos principais fatores de disseminação das infecções respiratórias são a aglomeração de alunos numa sala de aula ou berçário de creche e o grau de ventilação e renovação de ar destes ambientes. Hoje em dia, é comum encontrarmos salas de aula e berçários de creches refrigerados. Se por um lado aumenta o conforto dos alunos, por outro diminui a ventilação e renovação de ar destes ambientes. Além disso, deve-se observar o grau de manutenção dos filtros dos condicionadores de ar, pois quando a limpeza é descuidada, pode contribuir para o agravo no aparelho respiratório das crianças.

2. Observe também a localização do colégio. Verifique se na vizinhança existem indústrias poluentes ou estabelecimentos de serviço que possam contribuir para piorar a qualidade do ar na localidade (oficinas para pintura automotiva, por exemplo).

3. Leve seu filho periodicamente ao pediatra, mesmo que esteja bem. Tanto faz que seja no serviço público, médico do convênio ou médico particular. Mas, sempre que possível, dê preferência que seja sempre o mesmo médico. Isto facilita muito as coisas já que além de haver um natural estreitamento de relações entre o médico, a criança e familiares, ele passará a conhecer melhor a criança, facilitando sobremaneira seu acompanhamento.

4. É importante ressaltar que o pediatra deve ser o maestro e poderá indicar o concurso de colegas de outras especialidades para auxílio no diagnóstico e tratamento. Se a criança for alérgica, é importante que o tratamento seja feito em harmonia com o alergista.

5. Nâo leve a criança para a creche ou escolinha se estiver febril, para evitar contaminar os coleguinhas.

6. Evite levar a criança ao pronto socorro ao primeiro sinal da febre. Se possível, ligue para o pediatra ou para o alergista e peça uma orientação.

7. Lembre-se: a boa saúde imunológica depende de vários fatores, incluindo uma alimentação saudável e balanceada (hortaliças, legumes, frutas, cereais, carnes, peixes, ovos, leite, etc...). Evite vícios alimentares (excesso de refrigerantes, frituras, fast food, guloseimas, etc.).

8. Mantenha a caderneta de vacinação de seu filho em dia. Quando indicado, o médico poderá prescrever vacinas adicionais. Por exemplo, crianças alérgicas se beneficiarão com a vacina anual para gripe.

9. Dentro de casa não exponha seu filho a fumaça do cigarro. Não fume e não deixe que fumem em sua casa ou junto à criança.

10. Esportes e vida ao ar livre são muito positivos. Mas, cuidado com a natação! Trata-se de um excelente exercício aeróbico desenvolvendo bastante a capacidade respiratória. O problema é que crianças alérgicas portadoras de rinite alérgica descompensada, asma não controlada e dermatite atópica podem piorar sua alergia, seja pelo exercício físico seja pelo contato com água clorada.
Quem tem piscina em casa sabe que durante o verão há necessidade de se clorar mais a água seja pela maior utilização da piscina como também pela maior evaporação do cloro em decorrência da maior insolação da estação. Saiba também que as tais “piscinas salinizadas” apesar de terem uma quantidade de cloro menor que as que recebem tratamento tradicional não são totalmente isentas deste sal. Ou seja, cada caso é um caso! Por isso, antes de iniciar a prática do esporte, converse a respeito com o alergista.

Enfim, pequenos cuidados podem no final fazer uma grande diferença. E, o mais importante, mantenha um diálogo saudável com a equipe escolar, esclareça dúvidas, informe sobre os remédios e sobre as necessidades médicas da criança.

Texto = Blog da Alergia