quarta-feira, 25 de junho de 2008
Sinusite
A palavra sinusite significa inflamação (“ite”) dos seios da face (“sinus”). É uma doença comum, tanto em crianças como em adultos, podendo ser causada por diversos mecanismos: infecciosos, alérgicos, etc. Dados estatísticos afirmam que em cada 100 pacientes que sofrem de rinite alérgica, cerca de 70 têm ou virão a ter também sinusite alérgica. A sinusite é portanto uma complicação comum da rinite alérgica e o termo Rinossinusite alérgica é atualmente mais empregado, pois explica melhor esta íntima relação.
A sinusite é chamada de aguda quando é de início recente (cerca de 4 semanas) e de sinusite crônica, quando é antiga e já persiste há mais de 12 semanas. A sinusite pode se repetir em diversas ocasiões e neste caso é chamada de sinusite recorrente.
A cavidade nasal é constituída por vários ossos do crânio e da face, dispostos lado a lado.
Os ossos:
-frontal (na testa), maxilares (na região das bochechas, à direita e à
esquerda) e o osso esfenóide são ocos e suas cavidades são chamadas de seios da face
ou seios paranasais: seios frontais, seios maxilares e seios esfenoidais.
O osso etmóide também faz parte deste conjunto, possuindo pequenas escavações chamadas células etmoidais.
Os seios da face servem para dar ressonância à voz, circular o ar inspirado e diminuir o peso do crânio, facilitando na sua sustentação. Os seios da face se comunicam com a cavidade nasal por pequenos orifícios chamados de óstios ou orifícios de drenagem. Estes óstios precisam estar livres, ou seja, permeáveis, para que o ar circule adequadamente. Quando se obstruem, a secreção fica estagnada, o que favorece a infecção. Em crianças os óstios são pequenos, finos e tendem mais a obstruir, facilitando o aparecimento de sinusites repetidas.
A membrana que forra a cavidade nasal, chamada de mucosa nasal se continua e também forra o interior dos seios da face, onde passa a se chamar mucosa sinusal. Por isso, quando a mucosa nasal se inflama na rinite alérgica, pode se propagar para a mucosa sinusal e ocasionar a sinusite.
Sintomas da sinusite:
Muita gente acha que sinusite provoca sempre dor de cabeça e isto não é verdade: a dor é mais comum apenas nos casos agudos e recentes. Nas sinusites crônicas o sintoma principal é a tosse, em geral seca, persistente, ocorrendo em acessos com piora à noite,
ou pela manhã, ao acordar.
A tosse surge como conseqüência de secreção que escorre do nariz em direção à faringe e que termina por irritar as vias respiratórias. A piora noturna se dá porque a posição deitada favorece este “gotejamento pós-nasal” e resulta na tosse.
Outros sintomas que podem ocorrer são:
- obstrução nasal,
- coriza (secreção) de aspecto catarral,
- sensação de pressão ou de peso na face,
- alteração de paladar e olfato,
- alteração da voz,
- halitose,
- mal estar.
Diagnóstico
O diagnóstico da sinusite é clínico, ou seja, baseada na avaliação e no exame físico feitos pelo médico. A mucosa das narinas mostra-se irritada, avermelhada, incluindo a região do septo nasal e os cornetos, que aumentam seu tamanho. Observa-se também a presença de secreção nasal e de secreção pós-nasal, em geral de aspecto purulento em orofaringe. A face pode estar dolorosa à palpação feita pelo médico.
Radiografia dos seios da face: é um exame simples e de baixo custo, útil na detecção da sinusite. Na criança, é possível avaliar os seios maxilares e as células etmoidais. Os seios frontais são serão visíveis após os 7 anos e os seios esfenoidais após os 9 anos de idade. Entretanto, a interpretação da radiografia deve ser feita de forma cuidadosa. Por exemplo, o laudo pode descrever um “espessamento mucoso de seios maxilares” e o paciente não ter sinusite, mas sim apenas sintomas da rinite e significar tão somente uma inflamação.
Tomografia dos seios da face: indicada para esclarecer dúvidas da radiografia simples. Auxilia também na avaliação dos óstios, de alterações anatômicas, para detectar pólipos nasais e/ou outros problemas que poderão agravar a rinossinusite alérgica.
Endoscopia nasal: exame feito pelo otorrino utilizando fibras ópticas rígidas ou flexíveis, normalmente com anestesia local, têm importante papel no diagnóstico das rinossinusites.
Ultra-sonografia: restrita a casos raros, como por exemplo gestantes, pela dificuldade em atravessar paredes ósseas, sendo mais nítida apenas para os seios maxilares e frontais.
Ressonância magnética: não é indicada no diagnóstico da rinossinusite alérgica.
Testes alérgicos: são realizados pelo médico alergista no antebraço do paciente com bateria padrão de antígenos inalantes. Tem resultado imediato e são úteis para confirmar a natureza alérgica do processo, para a orientação preventiva e para a escolha do tratamento.
Rinossinusite alérgica e asma
Cerca de 80% dos asmáticos têm rinite. A mucosa respiratória é contínua: se existe um processo inflamatório ao nível do nariz e seios paranasais, facilmente poderá envolver também as vias respiratórias inferiores. É comprovado também que o tratamento da rinossinusite melhora a asma e pode até mesmo prevenir o seu aparecimento. Da mesma forma, a melhora dos sintomas nasais também se reflete na asma, com redução de riscos, internações e atendimentos de urgência.
Tratamento
O tratamento da Rinossinusite é o mesmo da rinite alérgica, pois como já foi dito, são doenças consideradas em conjunto. Nos casos onde a infecção se associa, é necessário o uso de antibióticos, em geral por 14 dias. O uso prolongado é importante e necessário para que se consiga a resolução do quadro, evitando-se recidivas.
É necessário também o uso de anti-histamínico e corticosteróides,além de uma imunoterapia específica.
Procure seu Alergologista para orientação,prevenção das complicações,diagnóstico e tratamento.
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