quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Alergia aos cosméticos



Cosméticos são produtos amplamente utilizados e que podem provocar alergia. Compreendem substâncias presentes em maquiagens, perfumes, tinturas, alisadores capilares, depiladores, desodorantes, produtos para banho, cremes dentais, sabonetes, hidratantes, esmaltes de unhas, entre inúmeros outros produtos.

A incidência desta alergia é baixa, se considerarmos a quantidade de pessoas e o número imenso de produtos utilizados no mundo todo, sendo mais freqüente nas mulheres do que nos homens. No entanto, esta proporção tem se modificado nos últimos anos devido ao maior número de homens que passaram a utilizar cosméticos em sua rotina diária.

A reação cutânea por cosméticos pode ser de dois tipos:

. Dermatite de Contato Irritativa
A dermatite de contato por irritante é mais comum e se caracteriza por coceira, queimação e sensação de “picadas”, surgindo logo após a aplicação do produto. Estas reações não são alérgicas

. Dermatite de Contato por hipersensibilidade
A dermatite de contato por hipersensibilidade, como o nome indica, resulta da sensibilização alérgica e não depende de ação irritante ou tóxica do produto sobre a pele.

Reações de hipersensibilidade a cosméticos

As reações de contato por alergia dependem de um processo de sensibilização e por isso não surgem na primeira vez que uma pessoa usa um determinado produto, mas sim após algum tempo. Este fato explica uma dúvida comum: - “se eu sempre usei, como é que só agora surgiu a alergia?”.
Estas reações se acompanham de eczema e se acompanham de coceira importante. Logo surgem áreas avermelhadas (eritema) onde aparecem bolinhas de água (vesículas) e que podem se romper eliminando um líquido pegajoso (exsudação). Com o passar do tempo, o liquido seca, podendo surgir crostas e descamação. Utiliza-se a denominação de eczema ou dermatite de contato.

Como reconhecer a dermatite de contato aos cosméticos?

O diagnóstico da dermatite de contato é feito através da análise clínica feita pelo médico. O exame físico evidenciará o tipo e a localização das lesões e o teste de contato complementará a busca do fator causal.

A história clínica de cada pessoa:

Ao conversar com o paciente, o médico procurará identificar o número de vezes que foi utilizado o produto e investigará a forma, onde e como começou a lesão cutânea. Por exemplo: um eczema em pálpebra que se iniciou um a dois dias após uma ida à manicure, deve ser suspeitado o esmalte de unhas como causador do processo.
Outros pontos importantes a serem investigados são: ambiente e atividades profissionais, vestuário, tipo de cosméticos utilizados, ambiente domiciliar do paciente.

As lesões apresentadas na pele:

Ao examinar o paciente, o médico observará a localização e o aspecto das lesões. Algumas localizações são características:
· Eczema em pálpebras: esmaltes de unhas
· Eczema em orelhas: brincos
· Eczema em axilas: desodorantes
· Eczema em pescoço: perfumes, colares, esmaltes.
A dermatite de contato pelo esmalte de unhas raramente se dá na própria unha, por ser uma região dura, mas sim na face, em especial nas pálpebras e no pescoço.

O Teste de Contato :

Este teste é feito aplicando várias substâncias aderidas a um papel de filtro nas costas do paciente, deixando em contenção durante 48 horas. Após este período, o teste é retirado, o local é marcado e a leitura é realizada 48 e 72 horas após a colocação. Recomenda-se expor à luz solar após sua retirada, para observar possível reação com, a luz (fotoreação).
O teste de contato é feito com uma bateria padrão de substâncias, mas pode ser realizado também com os cosméticos usados e suspeitos de serem causadores do eczema. É praticamente impossível fazer uma lista completa de todas as substâncias utilizadas em cosméticos, pois são utilizados um grande número de conservantes, corantes, fragâncias e veículos. Entretanto, algumas substâncias são sensibilizantes freqüentes, como por exemplo:
Parafenilenodiamina (tintura de cabelo, cosméticos escuros)
Sulfato de níquel (tintura de cabelo, contaminante em corantes)
Eosina (corante usado em batons)
Anilina (lápis de sobrancelhas)
Bálsamo do Peru (fragâncias)
Perfume mix
Nitrocelulose e cloreto de cobalto: esmalte de unhas, etc.

Tratamento da dermatite de contato

O tratamento ideal é aquele onde se consegue identificar a substância responsável, afastá-la evitando assim o problema. Existe a opção de usar produtos hipoalergênicos, isto é, que raramente provocam alergia, porém mesmo assim algumas pessoas poderão reagir.
Por isso, é muito importante procurar um médico especialista em Alergia que irá orientar não apenas o tratamento das lesões cutâneas, mas também a prevenção de futuros episódios.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Alergias da pele na gestante



A pele se modifica de forma profunda sob a ação hormonal da gestação, tornando-se mais sensível, ressecada e com maior tendência para manchas e estrias. Grávidas tendem a ter maior sudorese, devido ao aumento de atividade das glândulas sudoríparas, favorecendo o aparecimento de erupções na pele, brotoeja, etc.

Por isso, recomenda-se às gestantes portadoras de alergia cutânea:

- Manter acompanhamento periódico com o alergista.
- Reduzir o número de banhos: um por dia é o ideal. Caso tome mais de um, prefira banhos rápidos, usando sabonete apenas nos locais necessários.
- E, falando em banhos, não devem ser demorados ou quentes. Usar sabonete suave, apropriado para peles secas e sensíveis. Não se esquecer de aplicar hidratante, logo após o banho, com a pele ainda umedecida
- Alimentar-se de forma saudável e balanceada
- Usar roupas confortáveis, de algodão, evitando tecidos sintéticos, lycra e roupas justas ao corpo.
- Aplicar protetor solar sempre que se expuser ao sol.

Dermatite atópica

É uma das doenças alérgicas mais freqüentes, sendo portanto de alta ocorrência entre as gestantes. É fato que algumas alterações próprias da gravidez como o aumento da sudorese, maior tendência para ressecamento cutâneo e para a coceira contribuem para piorar a dermatite atópica na gestação. Mas, na prática, verifica-se que a evolução é variável em, cada gestante: em muitos casos, a dermatite atópica não se altera na gestação. Em algumas gestantes pode piorar e, em menor freqüência, pode até ocorrer melhora das lesões.Alguns estudos descrevem casos onde a dermatite atópica se inicia na gravidez, mas sempre em mulheres predispostas. Contudo, o mais comum é que a doença já seja pré existente e se modifique durante a gestação, com a influência hormonal.

Dermatite de contato

Este tipo de dermatite tem mecanismo muito diferente da dermatite atópica. Trata-se de uma resposta imunológica (alérgica) à substâncias (minerais, vegetais, animais ou sintéticas) em contato com a pele. Verifica-se que alguns fatores podem favorecer o surgimento da dermatite de contato. No caso das gestantes, o aumento da sudorese pode facilitar o contato dos alérgenos com a pele. Citam-se a dermatite de contato por níquel, pelo uso de novos cosméticos (por exemplo, para combater estrias), entre outros.
A cura da dermatite de contato depende da identificação e posterior afastamento da substância causadora. Ou seja, não tem relação direta com a gestação

Urticária

Neste caso, surgem placas avermelhadas acompanhadas de coceira em locais variados do corpo, em geral com duração fugaz. Pode ou não estar relacionada com a gravidez. A causa mais comum é o uso de medicamentos ou de certos alimentos. É importante esclarecer a causa para que se possa ter sucesso no tratamento.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Granuloma piogênico



Popularmente conhecido como "carne esponjosa", o granuloma piogênico é uma proliferação de vasos sanguíneos que forma uma lesão tumoral secundária a um traumatismo, como os provocados pelos alicates das manicures ou por uma unha encravada, sendo o canto das unhas a sua localização mais comum.

Frequentemente localizado nos dedos, o granuloma piogênico caracteriza-se por uma lesão tumoral, avermelhada ou arroxeada, úmida, de consistência mole e que sangra facilmente aos pequenos traumatismos.

O seu crescimento é rápido e o sangramento pode dar origem à formação de crostas escuras sobre a lesão. Geralmente acompanha-se de processo inflamatório local, com vermelhidão, inchaço e dor na pele ao redor da lesão.

Tratamento :

O tratamento depende do tamanho da lesão. Lesões pequenas podem ser tratadas pela cauterização química. Lesões maiores devem ser tratadas pela eletrocoagulação, após anestesia local.

No caso das unhas encravadas serem o fator desencadeante do granuloma, estas devem ser tratadas. Embora produza alívio temporário, cortar os cantos das unhas só agrava a situação. O ideal é cortar as unhas de forma reta, deixando as suas pontas sairem pelos cantos, por sobre a pele. Muitas vezes é necessário que procedimentos como a cauterização química do granuloma piogênico e colocação de "calços" sob as unhas para permitir a saída das pontas encravadas sejam realizados por um dermatologista ou profissional indicado por este.

Antibióticos tópicos ou sistêmicos podem ser utilizados em casos de infecção ou inflamação intensa. Casos mais graves podem necessitar de cirurgia para correção da unha encravada, acompanhada de destruição da matriz da unha, de forma química ou cirúrgica.

Em todos os casos, o tratamento deve ser feito ou coordenado pelo médico dermatologista.