segunda-feira, 30 de junho de 2008

Erisipela

Erisipela é um processo infeccioso cutâneo, podendo atingir a gordura do tecido celular subcutâneo, causado por uma bactéria que se propaga pelos vasos linfáticos. Pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, mas é mais comum nos diabéticos, obesos e nos portadores de deficiência da circulação venosa dos membros inferiores. Não é contagiosa.


A erisipela ocorre porque uma bactéria (um Estreptococo) penetra numa pele favorável à sua sobrevivência e reprodução. A porta de entrada quase sempre é uma micose interdigital (as famosas “frieiras”), mas qualquer ferimento pode desencadear o mal. A pele mais favorável é a das pernas inchadas, principalmente nos pacientes diabéticos, obesos e idosos.

Os primeiros sintomas podem ser aqueles comuns a qualquer infecção: calafrios, febre alta, astenia, cefaléia, mal-estar, náuseas e vômitos. As alterações da pele podem se apresentar rapidamente e variam desde um simples vermelhidão, dor e edema (inchaço) até a formação de bolhas e feridas por necrose (morte das células) da pele.A localização mais freqüente é nos membros inferiores, na região acima dos tornozelos, mas pode ocorrer em outras regiões como face e tronco. No início, a pele se apresenta lisa, brilhosa, vermelha e quente. Com a progressão da infecção, o inchaço aumenta, surgem as bolhas de conteúdo amarelado ou achocolatado e, por fim, a necrose da pele. É comum o paciente queixar-se de “íngua” (aumento dos gânglios linfáticos na virilha).

O diagnóstico é feito apenas pelo exame clínico, analisando os sinais e sintomas apresentados pelo paciente. Não há necessidade de nenhum exame de sangue ou de outro exame especial da circulação, a não ser para acompanhar a evolução do paciente.
Quando o paciente é tratado logo no início da doença, as complicações não são tão evidentes ou graves. No entanto, os casos não tratados a tempo podem progredir com abscessos, ulcerações (feridas) superficiais ou profundas e trombose de veias.A seqüela mais comum é o linfedema, que é o edema persistente e duro (não forma uma depressão na pele quando submetido à compressão com os dedos), localizado principalmente na perna e no tornozelo, resultante dos surtos repetidos de erisipela.
TRATAMENTO :
O tratamento consta de várias medidas realizadas ao mesmo tempo e só deve ser administrado pelo médico:
1 – Uso de antibióticos específicos para eliminar a bactéria causadora.
2 – Redução do inchaço, fazendo repouso absoluto com as pernas elevadas, principalmente na fase inicial. Pode ser necessário o enfaixamento da perna para diminuir o edema mais rapidamente.
3 – Fechamento da porta de entrada da bactéria, tratando as lesões de pele e as frieiras.
4 – Limpeza adequada da pele, eliminando o ambiente adequado para o crescimento das bactérias.
5 – Uso de medicação de apoio, como antiinflamatórios, antifebris, analgésicos e outras que atuam na circulação linfática e venosa.
PREVENÇÃO :
As crises repetidas de erisipela podem ser evitadas através de cuidados higiênicos locais, mantendo os espaços entre os dedos sempre bem limpos e secos, tratando adequadamente as frieiras, evitando e tratando os ferimentos das pernas e tentando manter as pernas desinchadas.Deve-se evitar engordar, bem como permanecer muito tempo parado, em pé ou sentado.O uso constante de meia elástica é uma grande arma no combate ao inchaço, bem como fazer repouso com as pernas elevadas sempre que possível.Procurar um especialista quando apresentar qualquer dos sintomas iniciais da doença, relatados anteriormente.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Alergia a Camarão


A alergia ao camarão e aos frutos do mar é mais comum nos adultos e pode se manifestar de formas variadas, desde uma simples coceira até quadros de emergência como o caso retratado na novela.
A reação alérgica ocorre porque o organismo reage ao alimento com produção de um anticorpo, chamado de imunoglobulina E (IgE), que ataca uma proteína contida nele, originando os sintomas da alergia, em minutos ou em algumas horas após a ingestão do alimento.
A maior parte destas reações a camarão tende a ser leve ou moderada, sendo os sintomas mais comuns a coceira, placas vermelhas na pele, mal estar, inchação em olhos, lábios, boca, garganta. Em alguns casos mais raros, pode evoluir de forma grave surgindo uma reação extrema chamada de anafilaxia (popularmente conhecida como choque anafilático), que envolve diversos sistemas do organismo: circulatório, respiratório, imunológico, resultando numa reação grave e necessitando de atendimento de emergência. Neste caso, a pessoa pode apresentar urticária, vermelhidão na pele, chiado no peito e cansaço, tosse, espirro, náusea, dor abdominal, vômitos e coceira no corpo, dificuldade para respirar, queda na pressão arterial, podendo ameaçar a vida.

O camarão é um pequeno crustáceo aquático que pode ser marinho ou de água doce e pertence à ordem Decapoda, à qual pertencem também as lagostas e os caranguejos. Segundo o Wikipédia, a maioria dos crustáceos são organismos marinhos, como as lagostas, camarões e as cracas e percebes, tatuís ou Emerita brasiliensis (que vivem enterrados nas areias das praias do Brasil), os siris e os caranguejos, mas também existem crustáceos de água doce, como a pulga da água (Daphnia) e o camarão do Rio São Francisco no estado da Bahia(Brasil)e mesmo crustáceos terrestres como o bicho-da-conta e o tatuzinho de jardim que habita as terras brasileiras. Existem ainda várias outras espécies de crustáceos aquáticos que têm no seu nome a palavra camarão, mas pertencem a grupos diferentes, tais como os camarões-de-concha (ordem Conchostraca) e os camarões-girinos (ordem Notostraca). Por outro lado, os camarões comerciais são também conhecidos por outros nomes, tais como gamba ou lagostim (os de grandes dimensões, como o "camarão-tigre-gigante", Penaeus monodon, que pode atingir cerca de 35 cm de comprimento e um peso de cerca de 500 g – que são as dimensões médias dos verdadeiros lagostins).
Diagnóstico:
Se uma pessoa tem suspeita de ser alérgica a camarão deve procurar um médico especialista em Alergia que irá analisar sua história clínica, a reação apresentada e realizará testes para comprovar o diagnóstico.
Os testes são realizados pelo especialista utilizando bateria padronizada de alimentos por método de puntura realizado no antebraço e o resultado é imediato, após 15 a 20 minutos. A resposta positiva indica a presença da IgE (imunoglobulina E) para o alimento.Em algumas pessoas, pode-se utilizar também a dosagem da IgE específica para camarão feita no sangue e realizada em laboratórios especializados.
Considerações sobre a alergia a camarão :
- A alergia ao camarão não surge no primeiro contato e por isso, a pessoa pode ingerir o alimento por diversas vezes antes de apresentar a alergia.
- Quem manifesta alergia a camarão, tende a fazer também para outros crustáceos e por isso deve evitar não só o camarão como também siri, lagosta, mariscos, entre outros. Em geral, não há problema na ingestão de peixes.
- Algumas pessoas são muito sensíveis e reagem mesmo com pequenas quantidades do alimento ou até à simples inalação durante o cozimento.
- A presença de alergia a camarão não significa que obrigatoriamente a pessoa terá alergia ao iodo.
- A Quitosana é um produto usado para emagrecimento, obtido através do exoesqueleto de crustáceos como camarão, caranguejo e lagosta e não deve ser usada sem orientação médica em pacientes sensíveis ao camarão.
- A tropomiosina (proteína do camarão) pode ser encontrada em ácaros e em baratas. Por isso, pode ocorrer uma reatividade cruzada entre ácaros, baratas e camarão.
- Algumas reações catalogadas como reações alérgicas a peixes e mais raramente ao camarão devem ser diferenciadas da reação alérgica ao Anisakis simplex, um parasita de mamíferos do mar. O homem ao adquirir a larva deste parasita através da ingestão de peixes crus ou mal cozidos pode apresentar sintomas gastrointestinais. Entretanto, são descritos casos de alergia com surgimento de urticária e até anafilaxia. Nestes casos, apesar da história de reação alérgica após a ingestão de peixe, os testes são negativos e a IgE específica para peixe não é detectada.
Tratamento:
Como não há um medicamento que atue neste processo, o tratamento consiste no afastamento do alimento. Desta forma, o paciente deve evitar a ingestão de camarão e alimentos sob qualquer forma e em qualquer quantidade.

Melanose Solar ( "Mancha Senil" )

Mancha Senil é uma mancha solar que,na verdade, estas manchas não são provocadas pela idade e sim pelo dano causado pelo sol ao longo dos anos. Como o resultado da ação do sol só vai aparecer com o passar do tempo, as melanoses solares são mais comuns em pessoas de idade. Daí o nome "mancha senil


Basta olhar a pele da região das axilas ou a parte interna dos braços, que ficam protegidas do sol, e ver que, apesar de terem a "mesma idade" que a pele afetada pela melanose solar, ali não se encontram as manchas.

As melanoses solares são manchas escuras, de coloração castanho a marrom, geralmente pequeninas mas que podem chegar a alguns centímetros de tamanho. Elas surgem apenas nas áreas que ficam muito expostas ao sol, como a face, o dorso das mãos e dos braços, o colo e os ombros. São mais frequentes em pessoas de pele clara.


O dano solar acumulado ao longo dos anos induz ao aumento do número de melanócitos (célula que produz o pigmento que dá cor à pele) e da sua atividade, produzindo mais melanina e escurecendo a pele.

Prevenção e tratamento:

O ideal é a prevenção do surgimento das manchas, que deve ser feita através do uso de proteção solar nas áreas continuamente expostas ao sol, onde as manchas se manifestam. Não é apenas o sol da praia ou piscina, mas também o sol do dia a dia, que paulatinamente vai danificando as células que, no futuro, vão sofrer alterações e dar origem às manchas.

O tratamento pode ser feito de várias maneiras, como a cauterização química, a criocirurgia, a dermoabrasão, os peelings químicos e o uso do laser. Os resultados costumam ser bons, desde que a técnica seja empregada de forma adequada. O exagero na aplicação pode deixar manchas claras ou até mesmo cicatrizes residuais. O profissional treinado para estes tratamentos é o médico dermatologista.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Sinusite


A palavra sinusite significa inflamação (“ite”) dos seios da face (“sinus”). É uma doença comum, tanto em crianças como em adultos, podendo ser causada por diversos mecanismos: infecciosos, alérgicos, etc. Dados estatísticos afirmam que em cada 100 pacientes que sofrem de rinite alérgica, cerca de 70 têm ou virão a ter também sinusite alérgica. A sinusite é portanto uma complicação comum da rinite alérgica e o termo Rinossinusite alérgica é atualmente mais empregado, pois explica melhor esta íntima relação.

A sinusite é chamada de aguda quando é de início recente (cerca de 4 semanas) e de sinusite crônica, quando é antiga e já persiste há mais de 12 semanas. A sinusite pode se repetir em diversas ocasiões e neste caso é chamada de sinusite recorrente.

A cavidade nasal é constituída por vários ossos do crânio e da face, dispostos lado a lado.
Os ossos:
-frontal (na testa), maxilares (na região das bochechas, à direita e à
esquerda) e o osso esfenóide são ocos e suas cavidades são chamadas de seios da face
ou seios paranasais: seios frontais, seios maxilares e seios esfenoidais.
O osso etmóide também faz parte deste conjunto, possuindo pequenas escavações chamadas células etmoidais.

Os seios da face servem para dar ressonância à voz, circular o ar inspirado e diminuir o peso do crânio, facilitando na sua sustentação. Os seios da face se comunicam com a cavidade nasal por pequenos orifícios chamados de óstios ou orifícios de drenagem. Estes óstios precisam estar livres, ou seja, permeáveis, para que o ar circule adequadamente. Quando se obstruem, a secreção fica estagnada, o que favorece a infecção. Em crianças os óstios são pequenos, finos e tendem mais a obstruir, facilitando o aparecimento de sinusites repetidas.

A membrana que forra a cavidade nasal, chamada de mucosa nasal se continua e também forra o interior dos seios da face, onde passa a se chamar mucosa sinusal. Por isso, quando a mucosa nasal se inflama na rinite alérgica, pode se propagar para a mucosa sinusal e ocasionar a sinusite.


Sintomas da sinusite:

Muita gente acha que sinusite provoca sempre dor de cabeça e isto não é verdade: a dor é mais comum apenas nos casos agudos e recentes. Nas sinusites crônicas o sintoma principal é a tosse, em geral seca, persistente, ocorrendo em acessos com piora à noite,
ou pela manhã, ao acordar.
A tosse surge como conseqüência de secreção que escorre do nariz em direção à faringe e que termina por irritar as vias respiratórias. A piora noturna se dá porque a posição deitada favorece este “gotejamento pós-nasal” e resulta na tosse.
Outros sintomas que podem ocorrer são:
- obstrução nasal,
- coriza (secreção) de aspecto catarral,
- sensação de pressão ou de peso na face,
- alteração de paladar e olfato,
- alteração da voz,
- halitose,
- mal estar.

Diagnóstico

O diagnóstico da sinusite é clínico, ou seja, baseada na avaliação e no exame físico feitos pelo médico. A mucosa das narinas mostra-se irritada, avermelhada, incluindo a região do septo nasal e os cornetos, que aumentam seu tamanho. Observa-se também a presença de secreção nasal e de secreção pós-nasal, em geral de aspecto purulento em orofaringe. A face pode estar dolorosa à palpação feita pelo médico.
Radiografia dos seios da face: é um exame simples e de baixo custo, útil na detecção da sinusite. Na criança, é possível avaliar os seios maxilares e as células etmoidais. Os seios frontais são serão visíveis após os 7 anos e os seios esfenoidais após os 9 anos de idade. Entretanto, a interpretação da radiografia deve ser feita de forma cuidadosa. Por exemplo, o laudo pode descrever um “espessamento mucoso de seios maxilares” e o paciente não ter sinusite, mas sim apenas sintomas da rinite e significar tão somente uma inflamação.
Tomografia dos seios da face: indicada para esclarecer dúvidas da radiografia simples. Auxilia também na avaliação dos óstios, de alterações anatômicas, para detectar pólipos nasais e/ou outros problemas que poderão agravar a rinossinusite alérgica.
Endoscopia nasal: exame feito pelo otorrino utilizando fibras ópticas rígidas ou flexíveis, normalmente com anestesia local, têm importante papel no diagnóstico das rinossinusites.
Ultra-sonografia: restrita a casos raros, como por exemplo gestantes, pela dificuldade em atravessar paredes ósseas, sendo mais nítida apenas para os seios maxilares e frontais.
Ressonância magnética: não é indicada no diagnóstico da rinossinusite alérgica.
Testes alérgicos: são realizados pelo médico alergista no antebraço do paciente com bateria padrão de antígenos inalantes. Tem resultado imediato e são úteis para confirmar a natureza alérgica do processo, para a orientação preventiva e para a escolha do tratamento.

Rinossinusite alérgica e asma

Cerca de 80% dos asmáticos têm rinite. A mucosa respiratória é contínua: se existe um processo inflamatório ao nível do nariz e seios paranasais, facilmente poderá envolver também as vias respiratórias inferiores. É comprovado também que o tratamento da rinossinusite melhora a asma e pode até mesmo prevenir o seu aparecimento. Da mesma forma, a melhora dos sintomas nasais também se reflete na asma, com redução de riscos, internações e atendimentos de urgência.

Tratamento

O tratamento da Rinossinusite é o mesmo da rinite alérgica, pois como já foi dito, são doenças consideradas em conjunto. Nos casos onde a infecção se associa, é necessário o uso de antibióticos, em geral por 14 dias. O uso prolongado é importante e necessário para que se consiga a resolução do quadro, evitando-se recidivas.
É necessário também o uso de anti-histamínico e corticosteróides,além de uma imunoterapia específica.
Procure seu Alergologista para orientação,prevenção das complicações,diagnóstico e tratamento.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Herpes Zoster ( " Cobreiro " )

O herpes zoster é uma doença viral causada pelo Varicella-zoster virus, o mesmo vírus causador da varicela (catapora).

Após a varicela, algumas pessoas não desenvolvem imunidade total ao vírus, que permanece latente em gânglios próximos à coluna vertebral. Quando encontra condições de se desenvolver, o vírus reativa-se e chega à pele através dos nervos correspondentes ao gânglio.

Acomete homens e mulheres, sendo mais frequente na idade adulta e nos idosos. O surgimento do herpes zoster pode ser um indicativo de uma baixa da imunidade.

O herpes zoster é uma doença auto-limitada, tendo um ciclo evolutivo de cerca de 15 dias. Antes do surgimento das lesões na pele, ocorrem no local sintomas dolorosos ou parestésicos (formigamento, pontadas, "pele sensível" ou queimação) devido à inflamação do nervo.

No decorrer da doença os sintomas dolorosos podem se agravar tornando-se muitas vezes insuportáveis, principalmente quando atinge pessoas mais idosas. A dor melhora gradativamente mas, nas pessoas idosas, pode permanecer por meses ou anos após o final do quadro cutâneo, caracterizando a neuralgia pós-herpética.

As manifestações cutâneas iniciam-se por vesículas que podem confluir formando bolhas contendo líquido transparente ou ligeiramente amarelado, seguindo o trajeto de um nervo. Em alguns dias, as lesões secam e formam crostas que serão liberadas gradativamente deixando discretas manchas no local que tendem a desaparecer. As manifestações limitam-se a um lado do corpo, por onde passa o nervo atingido, sendo muito raro o acometimento bilateral.


Os nervos atingidos com maior frequência são os intercostais (entre as costelas), provocando manifestações no tronco (foto abaixo), mas outros nervos podem ser afetados. Quando acomete os nervos cranianos, podem ocorrer sintomas referentes à eles, como úlceras da córnea, vertigem ou surdez.

Tratamento :

O tratamento deve ser iniciado assim que se iniciarem os sintomas, visando evitar o dano irreparável ao nervo atingido que resultará na neuralgia pós-herpética. As lesões da pele tem involução espontânea mas medidas para evitar a infecção secundária devem ser tomadas.
Os medicamentos utilizados no tratamento do herpes zoster tem evoluído muito, tornando-se mais eficazes, e devem ser indicados por um médico dermatologista de acordo com cada caso.

Testes Alérgicos

Os indivíduos alérgicos desenvolvem reações imunológicas voltadas contra determinadas substâncias. Qualquer substância que tem a capacidade de desencadear tal tipo de reação alérgica é chamada de alérgeno. Com o objetivo de determinar qual substância em especial está causando seus sintomas alérgicos, seu alergologista/imunologista poderá realizar exames seguros e eficazes, na pele ou em amostras de sangue, empregando pequeninas quantidades de extratos dos alérgenos mais comuns.

Os testes alérgicos são desenvolvidos para fornecer informações o mais específicas possível, de forma que seu médico assistente poderá saber a qual substância você é alérgico, empregando o tratamento mais adequado em cada caso.

Teste realizado para verificar a sensibilidade (alergia) a certas substâncias (inalantes). A aplicação do teste é indolor. São realizadas punturas na pele, na região do antebraço para permitir que as substâncias entrem em contato com o organismo, com pequenas lancetas, descartáveis.

Durante o teste, você pode sentir coceira no local, que pode também ficar avermelhado e levemente inchado. O teste dura aproximadamente 15 minutos.

Geralmente, esses exames são realizados em adultos e crianças de qualquer idade, que apresentem sintomas sugestivos de doença alérgica. Os sintomas de alergia são:
* Respiratórios: coceira nos olhos, nariz ou garganta; congestão nasal; coriza; lacrimejamento; chiera torácica;
* Cutâneos: urticária; coceira generalizada; dermatite atópica;
* Outros: anafilaxia (reação alérgica extremamente grave, podendo levar à morte); sintomas abdominais (diarréia, cólicas), principalmente após a ingestão de determinados alimentos; reações a picadas de insetos (além de inchaço e vermelhidão apenas no local).

No geral, os alérgenos inalados (como ácaros da poeira doméstica, polens de árvores, grama) levarão ao desenvolvimento de sintomas respiratórios. A ingestão de alimentos (alergia e/ou intolerância alimentar) levará ao surgimento de sintomas cutâneos e;ou gastrintestinais ou anafilaxia; no entanto, ambos os tipos de alérgenos (inalados e ingeridos) podem produzir todo o espectro de sintomas alérgicos. Na verdade, nem todos os pacientes precisam ser submetidos aos testes alérgicos; de forma geral, eles são realizados nos casos de mais difícil identificação do agente causador dos sintomas e/ou naqueles casos que não estão melhorando, apesar do uso de tratamento adequado.

A determinação do agente específico, causador de seus sintomas alérgicos, ajudará no manejo mais adequado de sua doença. Por exemplo, você não precisa se livrar de seu animal de estimação caso você seja alérgico aos ácaros da poeira doméstica, mas não de gatos.

Os testes alérgicos fornecem informações específicas quanto ao que você é e não é alérgico. Uma vez que os alérgenos específicos, responsáveis pelos seus sintomas, tenham sido identificados, você e seu médico poderão definir qual o melhor plano de tratamento de sua doença, objetivando controlar ou eliminar seus sintomas. Uma vez obtido o controle de seus sintomas alérgicos, você perceberá uma melhora significativa em sua qualidade de vida. Observa-se melhora do sono, com a redução da congestão nasal; diminuição dos espirros e da necessidade de se assoar o nariz; melhora da tolerância ao esforço; melhora do quadro alérgico cutâneo.

Uma vez estabelecido o diagnóstico de uma doença alérgica, sabe-se que um ou mais alérgenos são responsáveis pelo desencadeamento dos sintomas – coceira, inchaço, chieira, espirros, entre outros. Esses sintomas podem ser causados por pelo menos um dos alérgenos mais comuns:
* Produtos provenientes de ácaros da poeira doméstica (animais microscópicos);
* Proteínas derivadas de animais de estimação que tenham pêlos, que são encontradas em fragmentos de pele morta, saliva e urina. Notar que elas não são provenientes do pêlo;
* Mofos (fungos) presentes dentro ou fora de casa;
* Polens de árvores, grama;
* Excretas de baratas.

Reações alérgicas mais graves podem ser causadas por:
* Venenos derivados de picadas de abelhas, vespas, formigas ou outros insetos;
* Alimentos;
* Látex, como de luvas e balões;
* Medicamentos, como as penicilinas.
Todos esses alérgenos são, tipicamente, proteínas. Os testes alérgicos permitem identificar a qual (quais) proteína(s) seu organismo está reagindo.

Quais os tipos de testes alérgicos?

1. Técnica de Punctura

A técnica de punctura envolve a introdução de pequena quantidade de alérgeno na pele, fazendo-se um pequeno furo na pele através de uma gota de extrato de alérgeno. Se você tiver alguma alergia, os alérgenos aos quais o seu sistema imune reagir levarão a uma reação em cadeia, em seu organismo.
Os indivíduos alérgicos apresentam produção aumentada de um anticorpo chamado IgE. Esse anticorpo tem a função de ativar um tipo especial de células do sistema imunológico, chamadas de mastócitos. Esses mastócitos liberam substâncias químicas denominadas mediadores, entre os quais a histamina, que levam à vermelhidão e inchaço locais. No teste, o inchaço ocorre apenas nas regiões onde pequenas quantidades de alérgeno, ao qual a pessoa é alérgica, foram introduzidas. Assim, se você for alérgico a pólen, mas não a gatos, o local onde o extrato de pólen foi injetado apresentará inchaço e coceira, formando uma pequena pápula. O local onde o extrato de alérgeno de gato foi injetado continuará normal. Esse tipo de reação ocorre rapidamente após a injeção do alérgeno, e os resultados do teste ficam prontos em até 15 minutos. Dessa forma, você não precisa esperar muito tempo para saber quais alérgenos são responsáveis pelo desencadeamento de seus sintomas.
Após o teste, os sinais locais de inchaço e vermelhidão desaparecem em torno de 30 minutos, não desencadeando outros sintomas alérgicos.

2. Teste Intradérmico

Nessa técnica, o médico injeta uma pequena quantidade de extrato de alérgeno debaixo da pele, com o auxílio de uma seringa. Esse teste é mais sensível que o teste de punctura. Está indicado nos casos em que o teste de punctura for negativo.

Outros Testes Alérgicos :

- Teste do Arranhão: atualmente não é mais utilizado. Consiste na realização de uma fricção na pele, causando um arranhão, procedendo-se à aplicação de algumas gotas de extrato de alérgeno no local dessa lesão.
- Teste de Provocação: envolve a introdução de pequena quantidade do alérgeno, por via oral, inalatória ou outra. Com exceção da suspeita de alergia alimentar e de medicamentos, esses testes são raramente realizados. Quando indicados, devem ser realizados sob vigilância cuidadosa do médico.
- Exame de sangue (RAST): pode ser que seu médico solicite que você faça um exame de sangue, chamado de RAST. Como ele envolve a obtenção de amostra de sangue, seu custo é mais alto, e os resultados demoram mais tempo para ficarem prontos. Geralmente, são usados apenas nos casos em que os testes cutâneos não puderem ser feitos, como em pacientes em uso de certos medicamentos, ou em portadores de doenças de pele que podem interferir na interpretação dos testes cutâneos.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Isotretinoína ( Roacutan )

Medicamento derivado da vitamina A, a isotretinoína acaba com a doença, na maioria dos casos, em cerca de 6 a 8 meses. A medicação age nas glândulas sebáceas reduzindo o seu tamanho, diminuindo a secreção do sebo e alterando a sua composição, além de evitar a obstrução da abertura do folículo piloso e de reduzir a inflamação.

Usualmente, percebe-se melhora da acne desde o início do tratamento com a isotretinoína, mas é possível ocorrer uma piora da doença entre a segunda e a sexta semana. Este agravamento vai se reverter logo em seguida, com evolução gradativa para o desaparecimento das lesões.


É importante resaltar que quando a paciente é do sexo feminino,já abordo a questão da contracepção na primeira visita.Este é,muitas vezes,um momento delicado da conversa,princincipalente com meninas mais jovens,pois são inibidas para abordar esta conversa com um desconhecido e preferem,normalmente,não discutir a questão da atividade sexual na frente dos pais.

Mas é importante esclarecer que qualquer mulher em idade fértil,mesmo que ainda não tenha iniciado a sua vida sexual,deve utilizar pelo menos 1 método contraceptivo seguro.


Efeitos colaterais:

No entanto, o uso do remédio exige cautela, pois podem ocorrer efeitos colaterais. O mais grave é a teratogenia, ou seja, a isotretinoína causa defeitos no feto. Por isso, o seu uso é proibido em gestantes, sendo imprescindível realizar teste de gravidez nas mulheres, antes de se iniciar o tratamento. As mulheres que têm vida sexual ativa devem usar 2 métodos anticoncepcionais concomitantes durante e até 2 meses após o tratamento.

Os outros possíveis efeitos colaterais são reversíveis e, quando ocorrem, desaparecem após o término do tratamento:
* ressecamento labial (ocorre em 100% dos casos)
* ressecamento das mucosas bucal, nasal e ocular
* ressecamento das fezes,com pequeno sangramento anal ( raro )
* queda de cabelo ( raro )
* sangramento nasal (devido ao ressecamento da mucosa)
* ressecamento intenso da pele ( eventual )
* dores musculares e nas articulações ( raro )
* dor de cabeça ( raro )
* aumento do colesterol e triglicerídeos
* alterações das enzimas hepáticas

Cuidados :

* A pele fica mais sensível ao sol, devendo ser protegida com o uso de filtros solares
* É recomendado o uso de umectantes labiais para evitar rachaduras
* Usuários de lentes de contato podem necessitar de lubrificantes oculares com maior frequência
* Não tomar antibióticos do tipo tetraciclina ou seus derivados devido à possibilidade de surgirem efeitos colaterais resultantes da interação entre os medicamentos
* O remédio deve ser ingerido após as refeições
* Deve-se evitar a ingestão de bebidas alcoólicas durante o tratamento

O tratamento da acne com a isotretinoína é, em geral, seguro, desde que seja adequadamente acompanhado pelo médico. Seus efeitos colaterais são bem conhecidos e podem ser controlados através de exames que devem ser solicitados pelo dermatologista responsável pelo tratamento e de acordo com a evolução do paciente.
Nunca utilize essa medicação sem acompanhamento de um médico experiente e que realmente acompanhe e informe sobre seus riscos e benefícios.
Cuide sempre muito bem da sua pele
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Molusco Contagioso

Molusco contagioso é o nome dado para uma virose da pele que se acompanha de pequenas lesões em forma de bolinhas esbranquiçadas. O causador do problema é um vírus chamado “Poxvírus”. É uma doença relativamente comum em crianças pequenas e não é causado por alergia. Crianças portadoras de dermatite atópica podem ter mais propensão para a doença.

As lesões são pequenas, elevadas, podendo ser únicas ou numerosas. Têm tamanhos diferentes, estando em geral agrupadas, parecendo pequenas verrugas. Aparecem mais em tronco e membros superiores, tendo aspecto perolado. Assemelham-se a pápulas esbranquiçadas e transparentes, salientes e umbilicadas, contendo em seu interior uma massa consistente e esbranquiçada.

Embora seja mais comum em crianças, pode surgir também em pessoas adultas. Atingindo região púbica e anal, é considerada uma DST (doença sexualmente transmissível). Neste caso, merece atenção especial pois pode se acompanhar de alterações de imunidade. Leia mais no site do Ministério da Saúde: DST/AIDS.
http://www.aids.gov.br/data/Pages/LUMIS9C6A000BPTBRIE.htm

A doença infantil perturba mais por causa do aspecto estético, mas não tem gravidade. Evolui de forma benigna. Alguns casos podem ser desconfortáveis pelo número de lesões que surgem, assustando a família. Os casos em adultos devem ser sempre investigados pelo médico especialista.

O vírus se transmite de pessoa para pessoa. É mais comum em crianças que freqüentam piscinas, em especial as aquecidas. Pode também ser transmitido através de objetos pessoais, como por exemplo, toalhas compartilhadas.

As lesões em geral não são desconfortáveis. Em alguns casos pode se complicar, inflamar e até infeccionar, surgindo dor no local.

Procure um médico dermatologista para confirmar o diagnóstico. Existem outras doenças da pele com aspecto semelhante que podem se confundir com o molusco contagioso, como por exemplo, o líquen nítido, herpes simples e verrugas. Por isso, o exame do médico é imprescindível para se indicar o tratamento

Tratamento :

Em muitos casos a resolução é espontânea. Recomenda-se hidratar para assim fortalecer a pele. Casos mais intensos podem ser tratados pelo médico com remédios aplicados no local ou retirando as lesões através de uma curetagem rápida e indolor. Recomenda-se afastar da piscina durante o tratamento.
Apesar do nome Molusco Contagioso, o que vejo em meu consultório é um " auto-contagio " , e a doença não passando para seus familiares ou outras pessoas que vivem no mesmo ambiente.

Dermografismo ( Urticária Factícia )

Dermografismo é uma doença da pele que afeta cerca de 10% da população e que se caracteriza pelo aparecimento de coceira intensa em locais de pressão. Após o ato de coçar surgem “lanhos” vermelhos nas pele. É uma forma de urticária, sendo também chamado de urticária factícia ou urticária falsa.A urticária clássica se caracteriza pelo surgimento de placas avermelhadas que se acompanham de coceira na pele, podendo ter causas variadas, como medicamentos, alimentos, certas doenças, entre outras causas . No caso do dermografismo, após pressão sobre um determinado local no corpo, a coceira surge em primeiro lugar e só depois de se coçar é que surgem as placas. Por isso, é comum que se inicie em locais onde a roupa aperta, elásticos, alça do soutien.

O dermografismo faz parte de um grupo de urticárias denominado de Urticárias Físicas, ou seja, desencadeadas por estímulos físicos, como por exemplo: calor, frio, pressão, colinérgica, etc. e constitui a manifestação mais comum deste grupo. É mais comum em mulheres e o fator emocional é uma das principais causas. Entretanto, recomenda-se que outros processos e doenças orgânicas devem ser investigadas, da mesma maneira que na urticária.

A palavra dermografismo deriva do grego e significa “escrever na pele”, já que é possível com uma ponta romba que se vejam as letras escritas na pele em função da reação eritematopapulosa que se forma.



Em grande parte das vezes o dermografismo costuma ser brando, passando desapercebido. Entretanto, em alguns casos pode assumir formas mais intensas e bastante incômodas.Para confirmar, basta fazer um pequeno teste: risque a pele utilizando um clips de papel. Nos casos positivos, um vergão surge em minutos no local. Procure um médico alergista para confirmar o diagnóstico e orientar seu tratamento.

Tratamento :

O tratamento é feito com medicamentos antihistamínicos (antialérgicos) para controle da coceira, impedindo o aparecimento dos vergões na pele e se necessária utilização de ansiolíticos e antidepressivos.

Cuidados com a pele :

-Diminua o atrito em sua pele: evite roupas justas ao corpo.

-Prefira tecidos de algodão e evite os tecidos sintéticos como a lycra.

-Tome um banho por dia, evitando banhos demorados e quentes. O calor tende a piorar a coceira e a ressecar a sua pele.

-Não use buchas ou esponjas e prefira sabonetes suaves, para pele seca.

-Enxugue-se com toalha felpuda e macia, sem esfregá-la com força em seu corpo.

-Acostume-se a usar hidratante logo após o banho, ainda com a pele umedecida.

-Alimente-se saudavelmente, procurando ingerir bastante água e outros líquidos no decorrer do dia.

-Combata o stress: organize seus compromissos a fim de que sobre tempo para o lazer. Caminhe, relaxe e procure manter a calma nos momentos de tensão.

Disidrose ( Eczema Disidrótico )

A disidrose é um eczema localizado em mãos e pés, ocorrendo em surtos alternados a períodos sem sintomas. A palavra disidrose (dis=defeito e hidrose=produção de água ou suor) foi usada pela primeira vez em 1873, porque na época acreditava-se que a doença era causada por distúrbios sudoríparos. Já em 1876, alguns estudos atribuíram a doença a fatores nervosos e modificaram o nome para Phompholix. Atualmente a disidrose é considerada uma reação eczematizada. Assume características peculiares por atingir mãos e pés, onde a pele tem características especiais, sendo mais espessada. O líquido presente nas lesões resulta de processo inflamatório. A alteração do suor, embora não seja fator causal, é um importante agravante das lesões. Verifica-se também que outros fatores, como alterações climáticas e estresse emocional constituem significativos fenômenos desencadeantes. Por isso, alguns autores preferem utilizar o termo Eczema Disidrótico.


Na disidrose, surge primeiro o prurido (coceira) que se segue do aparecimento de pequenas vesículas endurecidas esbranquiçadas ou amareladas, embaixo da pele, com aspecto de grãos de “sagu”, atingindo principalmente a face lateral dos dedos, as palmas das mãos e as plantas dos pés. Posteriormente, tendem a secar, ficando a pele espessada, endurecida, podendo descamar ou “rachar” até o tecido mais profundo, ocasionando fissuras doloridas. A coceira pode ser intensa e o ato de coçar pode romper as bolhas que eliminam líquido transparente. Na verdade, a manifestação pode variar desde uma coceira leve até assumir formas bastante desconfortáveis, acompanhada de ardência e/ou dor. As lesões podem ocorrer em pequeno número ou acometer praticamente toda a superfície das mãos ou dos pés. Em alguns casos, pode ocorrer infecção bacteriana secundária e se acompanhar de secreção com pus.


A disidrose pode ser devida a vários fatores, que podem atuar de forma isolada ou em conjunto. Em alguns pacientes a causa não é estabelecida, sendo estes casos denominados idiopáticos.As principais causas que podem desencadear ou agravar a disidrose são:
-Contato acentuado com água
-Distúrbio funcional das glândulas de suor,
-Fatores emocionais e estresse,-Infecções fúngicas,
-Determinados medicamentos, como por exemplo, penicilina.
Além disso, a disidrose pode se associar à dermatite atópica ou a dermatite de contato.
Tratamento :
O tratamento da disidrose é semelhante ao dos eczemas, podendo variar em cada caso. Envolve as seguintes medidas:
- afastamento da causa,
- cuidados gerais,
- uso de medicamentos tópicos (cremes e pomadas)
- tratamento das condições associadas (fungos, infecções por bactérias, entre outras)

Melasma / Cloasma

O melasma é uma manifestação caracterizada por manchas escuras na face. O seu surgimento geralmente está relacionado à gravidez ou ao uso de anticoncepcionais hormonais (pílula) e tem como fator desencadeante a exposição da pele ao sol. Quando estas manchas ocorrem durante a gravidez, recebem a denominação de cloasma gravídico.

A doença aparece principalmente nas mulheres, mas também pode acometer os homens. Além dos fatores hormonais e da exposição solar, a tendência genética e características raciais também influenciam o surgimento do melasma.

A profundidade em que se localiza o pigmento na pele determina o tipo de melasma, que pode ser epidérmico (mais superficial e que responde melhor ao tratamento), dérmico (mais profundo e de tratamento mais difícil) ou misto.

A doença se caracteriza pelo surgimento de manchas escuras ou acastanhadas na face, principalmente nas regiões malares (maçãs do rosto), na testa, nariz, lábio superior e têmporas. As manchas geralmente tem limites precisos e são irregulares, formando placas que, em seu contorno, apresentam pontilhado pigmentar.

Tratamento :
Para evitar o melasma, as mulheres não devem se expor ao sol sem proteção solar durante a gravidez ou uso de anticoncepcionais hormonais (pílula).
O cloasma gravídico pode desaparecer espontaneamente após a gravidez, não exigindo, às vezes, nenhum tipo de tratamento. No entanto, o tratamento acelera o seu desaparecimento. Após a melhora, a proteção solar deve ser mantida para evitar o retorno das manchas, que ocorre com bastante frequência.
Para o tratamento do melasma é fundamental o uso de protetores solares potentes sempre que houver exposição da pele ao sol ou mormaço, devendo-se dar preferência aos que contenham filtros físicos, que bloqueiam a passagem da radiação UV, como o dióxido de titânio.
O tratamento é feito com o uso de substâncias despigmentantes, aplicadas na pele. A associação dos despigmentantes com alguns tipos de ácidos geralmente aumenta a eficácia daqueles. Quando o pigmento se localiza mais profundamente, a melhora é mais difícil, exigindo persistência para se obter um bom resultado.
Peelings superficiais podem acelerar o processo facilitando a penetração dos despigmentantes e ajudando a remover o pigmento das camadas superiores da pele. O tratamento deve ser orientado de acordo com cada caso, pelo médico dermatologista.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Lupus Eritematoso

O Lupus Eritematoso (LE) é uma doença auto-imune, ou seja, uma alteração do nosso sistema imunológico que passa a produzir anticorpos contra nossas próprias células, provocando inflamação e danificando os nossos órgãos, entre eles, a pele. A causa desse desequilíbrio imunológico é desconhecida.

A doença ocorre com maior frequência em mulheres jovens, sendo os homens pouco afetados. Uma característica importante é a fotossensibilidade. A luz solar pode provocar o surgimento ou agravar as lesões cutâneas, que situam-se principalmente nas áreas da pele expostas ao sol.

Outro fator que pode desencadear o surgimento da doença é o estresse emocional intenso.Existem formas diferentes da doença. Uma delas afeta somente a pele e é conhecida como LE cutâneo discóide ou LE crônico. Outra forma, mais grave, é o LE sistêmico ou agudo, na qual ocorre o acometimento da pele e de órgãos internos. Uma forma intermediária é o LE subagudo, que apresenta lesões cutâneas mais numerosas e um envolvimento menos grave dos órgãos internos.

Na pele, formam-se lesões planas, de cor avermelhada, rósea ou violácea. Apresentam descamação, pequenos vasos sanguíneos dilatados na superfície e podem ter as bordas mais escuras. As lesões mais antigas podem levar à atrofia cutânea, deixando cicatrizes com perda da cor da pele e dos pêlos.

Situam-se com maior frequência nas regiões da pele expostas à luz solar, principalmente na face. Quando ocupam as regiões malares (maçãs da face) e o nariz, podem adquirir um formato de "asa de borboleta", característico da doença (foto abaixo).


Outras localizações habituais são as orelhas, os lábios e o couro cabeludo, onde podem provocar queda dos cabelos de forma definitiva (alopécia cicatricial). Com menor frequência, ocorrem no tórax (colo ou V do decote), ombros, antebraços e mãos.

No LE sistêmico, além das lesões cutâneas, que estão presentes em 80% dos casos, aparecem, com frequência, febre e dores articulares. Outras alterações, menos frequentes, são anemia, convulsões, inflamação das membranas que envolvem o pulmão e o coração, e distúrbios renais. O acometimento dos rins pode causar danos graves e irreversíveis, com perda definitiva do seu funcionamento.

Para se diagnosticar a doença, é necessário realizar biópsia da pele, exames de sangue e de urina, radiografia de tórax e, eventualmente, outros exames, de acordo com os sintomas apresentados.



Tratamento :

O tratamento visa interromper a auto-agressão causada pelos anticorpos, diminuindo a inflamação. Por ser uma doença que pode afetar vários órgãos, algumas vezes é necessário o acompanhamento do paciente por vários especialistas, como dermatologista, reumatologista, nefrologista, hematologista e neurologista.

É importante proteger-se da luz solar, evitando sair ao sol e usando filtros solares com alto fator de proteção. As lesões de pele podem ser tratadas com medicação de uso tópico, sob a forma de cremes, pomadas e loções capilares.

Nos casos com lesões cutâneas mais acentuadas ou com acometimento de órgãos internos, são empregados medicamentos por via oral, para combater a inflamação. Estes remédios podem provocar efeitos colaterais importantes e devem ser rigorosamente acompanhados pelo médico.

Quando os rins estão gravemente afetados ou ocorrem alterações que possam trazer risco de vida, como o acometimento do sistema nervoso central, o tratamento requer hospitalização para uso de medicação via endovenosa.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Líquen Plano

O Líquem Plano é uma doença inflamatória de causa desconhecida que atinge a pele, mucosas visíveis, unhas e cabelos. Acomete homens e mulheres da mesma forma, sendo pouco frequente em crianças. É doença benigna porém de longa duração e muito incômoda devidos aos sintomas.

As lesões características do líquen plano são elevadas, planas, de cor violácea e com estrias esbranquiçadas na superfície, acompanhadas de muita coceira, que em alguns casos chega a ser desesperadora. O tempo de duração da doença é variado podendo durar de 1 a 2 anos, quando involui espontaneamente. Quando regridem, as lesões deixam manchas escuras residuais.


O liquen plano pode adquirir formas diferentes de manifestação, com formação de lesões anulares, lineares, verrucosas (pés e tornozelos), bolhosas e atróficas (deprimidas). Quando as lesões atingem todo o tegumento, é chamado de liquen plano generalizado.
Nas mucosas, acometidas em cerca de 50% dos casos cutâneos, as lesões são esbranquiçadas e de disposição semelhante aos galhos secos de uma árvore. Na boca, sensação é de ardência ou queimação. Em cerca de 10% dos casos de líquen plano, apenas as mucosas são atingidas, caracterizando a forma mucosa da doença.
Pode acometer exclusivamente as unhas, formando estrias longitudinais, diminuição da espessura e a destruição progressiva das unhas, podendo chegar à perda irreversível das mesmas. É o líquen plano ungueal.

No couro cabeludo, o líquen plano causa a atrofia do folículo piloso levando à formação de áreas de alopécia (ausência de pêlos) que são irreversíveis
Tratamento :
O tratamento vai variar de acordo com cada caso e visa controlar o processo inflamatório que causa as lesões e a coceira. Utilizam-se medicações locais e por via oral, que devem ser prescritas pelo dermatologista. A doença é rebelde ao tratamento e muitas vezes é necessário o uso de várias medicações para a obtenção de melhores resultados. O tratamento pode durar meses até a recuperação total das lesões.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Alopecia Feminina

A queda acentuada de cabelos entre mulheres é muito mais comum do que se imagina e, ao contrário do que se pensa, a calvície não é um problema só dos homens.

Pesquisas indicam que uma entre cada cinco mulheres pode vir a apresentar calvície. O que muitas pessoas não sabem é que, na calvície, não há só queda acentuada de cabelos mas, principalmente, a não reposição deles. Nós perdemos de 70 a 100 fios por dia naturalmente.

Assim, quando a mulher percebe, já se surpreende com os grandes espaços e os fios finos e espaços entre os fios


Mas, como a calvície feminina ocorre de forma mais sutil e as mulheres conseguem disfarçá-la com o penteado, os clarões na cabeça às vezes passam desapercebidos. Estima-se que no Brasil a calvície atinja 2 milhões de mulheres, mas ainda é subestimada, pois apenas 2.000 (1% do total) por ano buscam tratamento. "Apesar disso, pode resultar em sérias consequências psicológicas para a mulher que, além de sofrer com a situação estética em si, ainda enfrenta o preconceito, já que a calvície é socialmente aceita nos homens, mas não nas mulheres", lembra o cirurgião dermatológico João Carlos Pereira, membro da International and American Society of Hair Restoration

A alopecia androgenética feminina (calvície) pode surgir desde a puberdade ou na menopausa, originada por fatores que podem ser distintos dos da masculina. A calvície de origem genética e hormonal, como no homem, é a mais comum entre as mulheres, mas pode ocorrer também com a diminuição dos hormônios femininos ou devido a outros tipos de alterações homonais. A queda do cabelo é difusa e ocorre na parte superior e central da cabeça. Uma borda frontal de cabelos é caracteristico do padrão feminino, embora alguns homens também tenha esse padrão. Raramente a mulher fica totalmente calva como no homem. A melhor maneira de preveni-la é fazendo o acompanhamento da função ovariana, através de exames ginecológicos, a fim de manter a condição hormonal normal.

A menopausa e a senilidade também é motivo para a calvície feminina, pois a diminuição na produção de hormônios femininos pode gerar enfraquecimento dos folículos e os fios ficam finos e passam a crescer mais lentamente. Outros fatores conhecidos para a queda de cabelo feminino são o estresse, desnutrição, pós-parto e tratamento por quimioterapia, todos passíveis de reversão. A alopecia areata (pelada) é atribuida a problemas psicológicos ou imunológicos e quando tratada pode ser solucionada. Caso contrário, pode evoluir para a alopecia universalis (total). As alopecias traumáticas, como aquelas ocasionadas após cirurgias de rejuvenescimento (lifting facial), com perda dos cabelos próxima a cicatriz, ou com retração da linha frontal dos cabelos, são muito comuns atualmente. Para estes casos de alopecias pós-cirurgicas e da calvície feminina, o transplante de cabelos apresenta-se como a única solução, e pode substituir com eficiência os antiestéticos lenços, apliques e perucas.


Transplante Folicular :

A procura de mulheres pelo transplante tem sido cada vez maior. Está ocorrendo uma mudança de hábito das mulheres em função de sua nova posição na sociedade. "Até alguns anos elas conseguiam disfarçar a perda de cabelos utilizando-se de penteados camuflantes. Mas atualmente as mulheres têm várias atividades profissionais e esportivas e estão constantemente com os cabelos lavados e expostos, podendo revelar a calvície".A técnica folicular de transplante de cabelos devolve definitivamente o cabelo, de forma natural, sem o aspecto indesejável de tufos dos antigos transplantes. Além disso, esse cabelo aceita normalmente tinturas, escovas e demais serviços de cabeleireiros sem que haja perda dos mesmos. O cabelo é retirado da região posterior e laterais da cabeça (área doadora) e a cirurgia costuma durar de três a cinco horas, sob anestesia local e sedação. A partir do terceiro mês começa a nascer e crescer naturalmente os cabelos transplantados. Eles crescem 1 cm ao mês. O mesmo método é também recomendado para a reconstrução de sobrancelhas, costeletas e da linha frontal alta (testa grande), além da reposição de cabelos no púbis (acima da genitália) e de áreas cicatriciais que perderam os cabelos ao lado.

Medicação oral :

Ao contrário dos homens, que dispõe de um medicamento específico, a finasterida (Propecia, Alfasin, Nasterid-A, Finalop, Pró-Hair, que inibe a ação dos hormônios masculinos na raiz do cabelo, evitando sua atrofia e morte dos cabelos, as mulheres não podem contar com esse medicamento para combater a calvície. Isto porque as pesquisas científicas ainda não concluíram se esse remédio pode causar efeitos colaterais nas mulheres. "Há médicos tratando suas pacientes de calvície feminina com essa substancia, embora ainda não tenha sido aprovado seu uso para as mulheres?

Para as mulheres o uso do Acetato de Ciproterona, (Diane, Selene), um anticoncepcional é bastante eficaz no combate e controle da calvície entre as mulheres, principalmente nos casos com ovários policisticos associado. A Espirolactona (Aldactone) um diurético, com efeito hipotensor, também age como antiandrógeno no mecanismo da alopecia androgenética feminina.

A Flutamida (recentemente proibida devido ao seu uso inadequado e indiscriminado) também era uma droga eficaz, mas necessita de acompanhamento laboratorial pelo dermatologista para controlar seus efeitos colaterais de hepatoxicidade. Vitaminas, minerais, proteínas ... , são benéficas nas causas comuns de queda de cabelos e não age no mecanismo da calvície, mas podem ser associadas para valorizar o tratamento.

Medicação Local :

O mais recente é o alfa estradiol (Avicis) que atua contra os hormônios masculinos, complementando o tratamento oral. A flutamida tópica também é eficaz no processo. Ambos os medicamentos devem ser orientados por dermatologista. O Minoxidil (Regaine, Amexil) é o mais conhecido de todos, mas não interfere no mecanismo de ação da calvície, mas é importante coadjuvante no tratamento em função da sua ação vasodilatadora.

Alopécia Areata

A alopécia areata, conhecida vulgarmente como "pelada", é uma doença de causa desconhecida que atinge igualmente homens e mulheres, caracterizando-se pela queda repentina dos pêlos nas áreas afetadas, sem alteração da superfície cutânea.

Entre as possíveis causas, estão uma predisposição genética que seria estimulada por fatores desencadeantes, como o estresse emocional e fenômenos auto-imunes.


A doença se caracteriza pela queda repentina dos pêlos formando placas circulares de alopécia ("pelada"), sem alteração da pele no local, que se apresenta sem qualquer sinal inflamatório. Pode atingir o couro cabeludo e também outras regiões como a área da barba, supercílios, cílios ou qualquer outra região pilosa.
A "pelada" pode ter remissão espontânea ou tornar-se crônica, com o surgimento de novas lesões e evolução para a alopécia total, que atinge todo o couro cabeludo e até mesmo para a alopécia universal, quando caem todos os pêlos do corpo. Estes casos são de controle mais difícil.
Geralmente, a doença não se acompanha de nenhum outro sintoma. A repilação pode ocorrer totalmente em semanas ou meses e, algumas vezes, os pêlos nascem brancos para depois repigmentarem. É comum ocorrer a recidiva das lesões.


Tratamento :
São vários os tratamentos utilizados na alopécia areata e a característica clínica de cada caso é que determinará qual deles deve ser utilizado. As medicações utilizadas podem ser de uso local ou sistêmico e a duração do tratamento vai depender da resposta de cada paciente. O diagnóstico e o tratamento da alopécia areata deve ser feito por um médico dermatologista.

Alopécia Androgênica ( Calvície )

A alopécia androgênica ou calvície masculina é uma manifestação fisiológica que ocorre em indivíduos geneticamente predispostos, não sendo considerada uma doença. A herança genética pode vir do lado paterno ou materno.

A alopécia androgênica é resultado da estimulação dos folículos pilosos por hormônios masculinos que começam a ser produzidos na adolescência (testosterona). Ao atingir o couro cabeludo de pacientes com tendência genética para a calvície, a testosterona sofre a ação de uma enzima, a 5-alfa-redutase, e é transformada em diidrotestosterona (DHT).

É a DHT que vai agir sobre os folículos pilosos promovendo a sua diminuição progressiva a cada ciclo de crescimento dos cabelos, que vão se tornando menores e mais finos. O resultado final deste processo de diminuição e afinamento dos fios de cabelo é a calvície.


A característica principal é a queda continuada dos cabelos com substituição por fios cada vez mais finos e menores até a interrupção do crescimento, levando à rarefação e ao afastamento da linha de implantação para trás.

A progressão do quadro leva à calvície, caracterizada pela ausência de cabelos na parte superior e frontal da cabeça, poupando as áreas laterais e posterior.

Produção aumentada de oleosidade e descamação no couro cabeludo (caspa) também podem estar presentes acompanhando o processo de queda, mas não são responsáveis pela calvície.

As mulheres com níveis hormonais normais também podem ser atingidas, porém não chegam à calvície total, apresentando um quadro de rarefação difusa dos pêlos que também tornam-se mais finos. Geralmente as manifestações agravam-se após a menopausa.

Tratamento :

O tratamento visa o prolongamento da vida útil dos folículos pilosos retardando ou interrompendo o processo de queda dos cabelos. Pode ser feito através do uso de substâncias aplicadas diretamente no couro cabeludo ou com medicamentos por via oral.

A finasterida revolucionou o tratamento da alopécia androgênica, pois bloqueia a ação da enzima que dá origem à DHT. A medicação tem eficácia no controle da queda dos cabelos na grande maioria dos pacientes tratados e até mesmo na reversão de pêlos velus (finos e pequenos) para pêlos normais, caracterizando a repilação (fotos abaixo).


A indicação do tratamento mais apropriado vai depender de cada caso, devendo ser feita por um médico dermatologista, pois o quadro clínico varia muito de paciente para paciente.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Hanseníase


A hanseníase é uma doença infecciosa, de evolução crônica (muito longa) causada pelo Mycobacterium leprae, microorganismo que acomete principalmente a pele e os nervos das extremidades do corpo. A doença tem um passado triste, de discriminação e isolamento dos doentes, que hoje já não existe e nem é necessário, pois a doença pode ser tratada e curada.
A transmissão se dá de indivíduo para indivíduo, por germes eliminados por gotículas da fala e que são inalados por outras pessoas penetrando o organismo pela mucosa do nariz. Outra possibilidade é o contato direto com a pele através de feridas de doentes. No entanto, é necessário um contato íntimo e prolongado para a contaminação, como a convivência de familiares na mesma residência. Daí a importância do exame dos familiares do doente de hanseníase.
A maioria da população adulta é resistente à hanseníase, mas as crianças são mais susceptíveis, geralmente adquirindo a doença quando há um paciente contaminante na família. O período de incubação varia de 2 a 7 anos e entre os fatores predisponentes estão o baixo nível sócio-econômico, a desnutrição e a superpopulação doméstica. Devido a isso, a doença ainda tem grande incidência nos países subdesenvolvidos.
Manifestações clínicas :
As formas de manifestação da hanseníase dependem da resposta imune do hospedeiro ao bacilo causador da doença. Esta resposta pode ser verificada através do teste de Mitsuda, que não dá o diagnóstico da doença, apenas avalia a resistência do indivíduo ao bacilo. Um resultado positivo significa boa defesa, um resultado negativo, ausência de defesa e um resultado duvidoso, defesa intermediária. Temos então, as seguintes formas clínicas da doença:
Hanseníase indeterminada: forma inicial, evolui espontaneamente para a cura na maioria dos casos e para as outras formas da doença em cerca de 25% dos casos. Geralmente, encontra-se apenas uma lesão, de cor mais clara que a pele normal, com diminuição da sensibilidade. Mais comum em crianças.

Hanseníase tuberculóide: forma mais benigna e localizada, ocorre em pessoas com alta resistência ao bacilo. As lesões são poucas (ou única), de limites bem definidos e um pouco elevados e com ausência de sensibilidade (dormência). Ocorrem alterações nos nervos próximos à lesão, podendo causar dor, fraqueza e atrofia muscular.

Hanseníase borderline (ou dimorfa): forma intermediária que é resultado de uma imunidade também intermediária. O número de lesões é maior, formando manchas que podem atingir grandes áreas da pele, envolvendo partes da pele sadia. O acometimento dos nervos é mais extenso.

Hanseníase virchowiana (ou lepromatosa): nestes casos a imunidade é nula e o bacilo se multiplica muito, levando a um quadro mais grave, com anestesia dos pés e mãos que favorecem os traumatismos e feridas que podem causar deformidades, atrofia muscular, inchaço das pernas e surgimento de lesões elevadas na pele (nódulos). Órgãos internos também são acometidos pela doença.


A hanseníase pode apresentar períodos de alterações imunes, os estados reacionais. Na hanseníase borderline, as lesões tornam-se avermelhadas e os nervos inflamados e doloridos. Na forma virchowiana, surge o eritema nodoso hansênico: lesões nodulares, endurecidas e dolorosas nas pernas, braços e face, que se acompanham de febre, mal-estar, queda do estado geral e inflamação de órgãos internos. Estas reações podem ocorrer mesmo em pacientes que já terminaram o tratamento, o que não significa que a doença não foi curada.
Diagnóstico :
O diagnóstico é clínico-epidemiológico e laboratorial. Em uma região do país em que a hanseníase é endêmica, quando não se dispõe de recursos laboratoriais, o diagnóstico é clínico (pelos sintomas).
Com o auxílio de laboratório faz-se biópsia da lesão e colhe-se a linfa cutânea dos lóbulos das orelhas e dos cotovelos (baciloscopia).
Procura-se o BAAR (Bacilo Álcool Ácido Resistente) com técnica de Ziehl-Neelsen, que é a micobactéria. Apesar de que os resultados da baciloscopia e da biópsia possam dar negativos para a presença do M. leprae (nos casos mais puxados para o polo tuberculóide quase não há bacilos - eles foram destruídos pelo sistema imune), estes exames continuam sendo realizados pelo direcionamento que podem dar ao tratamento da doença: multibacilar ou paucibacilar.
Tratamento :
A hanseníase tem cura. O tratamento da hanseníase no Brasil é feito nos Centros Municipais de Saúde (Postos de Saúde) e os medicamentos são fornecidos gratuitamente aos pacientes, que são acompanhados durante todo o tratamento.
Hoje em dia, a lepra é tratada com antibióticos, e esforços de Saúde Pública são feitos para o tratamento dos doentes, para próteses de pacientes curados e para a prevenção.
Apesar de não mortal, a lepra pode acarretar invalidez severa e/ou permanente se não for tratada a tempo. O tratamento comporta diversos antibióticos, a fim de evitar selecionar as bactérias resistentes do germe. A OMS recomenda desde 1981 uma poliquimioterapia (PQT) composta de três medicamentos: a dapsona, a rifampicina e a clofazimina. Essa associação destrói o agente patogênico e cura o paciente. O tempo de tratamento oscila entre 6 e 24 meses, de acordo com a gravidade da doença.
Quando as lesões já estão constituídas, o tratamento se baseia, além da poliquimioterapia, em próteses, em intervenções ortopédicas, em calçados especiais, etc. Além disso, uma grande contribuição à prevenção e ao tratamento das incapacidades causadas pela hanseníase é a fisioterapia. No Brasil o termo lepra foi substituído por hanseníase, devido à discriminação sofrida pelos pacientes



terça-feira, 3 de junho de 2008

Urticária

Urticária é uma doença da pele que se apresenta com placas avermelhadas em várias partes do corpo e que se acompanha de coceira ou em algumas vezes com inchação de lábios e pálpebras.A urticária surge de forma súbita e imprevista na maior parte dos casos, podendo durar dias ou até desaparecer em minutos ou horas.



Muitos fatores podem causar uma urticária, mas antes de comenta-los, é preciso falar sobre a importância da pele humana. A pele é um grande órgão do corpo humano, servindo para roteger e ao mesmo tempo para estabelecer trocas com o ambiente. É preciso lembrar que a pele reflete o interior do corpo, assim como a casca de uma fruta reflete seu interior. Ao comprar uma maçã e ao observar sua casca é possível avaliar se está madura e pronta para ser digerida. Pois então, da mesma forma, ao observar a pele, é possível avaliar como o organismo se reflete através dela.Por isso, uma urticária pode surgir em conseqüência de algo que foi ingerido pela pessoa, mas muitas vezes é um sinal de alguma doença ou desarmonia interior se refletindo na pele.

Causas de urticária:

Alimentos: em geral são os primeiros a serem lembrados, mas nem sempre envolvidos. Os alimentos mais comuns de causar urticária são: crustáceos, castanhas ou amendoins, sendo mais comum em crianças, adolescentes e adultos jovens.

Aditivos alimentares: são substâncias contidas nos alimentos e ingeridas em grande quantidade principalmente em guloseimas para crianças. Em adultos, são mais comuns os aditivos contidos em petiscos, tira gostos, cervejas e vinhos.

Medicamentos: são causas mais comuns de urticária, em especial analgésicos, antitérmicos e antinflamatórios, em virtude do seu enorme uso. O maior problema para o diagnóstico é que não são valorizados pelas pessoas, por serem considerados como “remédios que não fazem mal” ou por “remédios usados há longo tempo”. Na verdade, qualquer medicamento pode causar urticária e não apenas aqueles chamados de “remédios fortes” como os antibióticos. Por isso, relate ao médico todos os remédios que faça uso, incluindo aqueles ditos “caseiros”, como: homeopatias, vitaminas, colírios, gotas, etc.

Estas 3 causas: alimentos, aditivos e medicamentos, são responsáveis por quase 80% das urticárias.

Outras causas:

Infecções: tanto as infecções causadas por vírus como por bactérias podem causar urticária.
Infestações (verminoses): principalmente a giárdia e as chamadas “lombrigas” são causas comuns, principalmente nas crianças.
Doenças variadas: são muitos os casos de doenças de glândulas ou processos crônicos como causa da urticária, muitas vezes antes da própria doença manifestar-se claramente. Por isso, não se pode pensar apenas naquilo que a pessoa ingere como causa, mas lembrar que a presença da urticária é o sinal de que a pele (como a casca da fruta) pode estar refletindo uma alteração interna do corpo.
Emoções: as alterações psicológicas, estresse, problemas pessoais, também podem causar urticária.
Agentes físicos: como por exemplo, a água fria, o calor, o suor excessivo, entre outras, podem causar urticária tanto em adultos como em crianças.
Dermografismo: é um tipo de urticária que aparece em “lanhos” vermelhos pelo corpo que surgem após o ato de coçar. É mais comum em mulheres e o fator emocional é sua principal causa, desde que se afaste a possibilidade da presença de outras causas ou de doenças orgânicas.


Tratamento :
- Tratamento com medicamentos: é o tratamento que visa aliviar os sintomas utilizando remédios chamados “antialérgicos” ou “antihistamínicos”. Podem ser usados por tempo curto ou por longos períodos, até que desapareçam os sintomas. Existem antihistamínicos modernos, chamados de segunda geração, que não causam sonolência ou aumento do apetite e são muito eficazes. Entretanto, alguns antihistamínicos de primeira geração, como por exemplo, a hidroxizina, que é um medicamento que tem ação sedante, ocupa espaço especial no tratamento, melhorando os sintomas e tranqüilizando o paciente, já mobilizado pela urticária. Seus melhores efeitos são observados nos casos de dermografismo e naquelas urticárias com forte componente emocional, devendo ser tomados por longos períodos, o suficiente para desaparecimento dos sintomas.
- Tratamento de apoio ou de controle da urticária: o controle efetivo da urticária depende da identificação da causa e seu conseqüente afastamento, como por exemplo: um alimento suspeito deverá ser retirado da dieta ou um medicamento afastado, seguindo a orientação médica
.Além disso, é preciso ter hábitos saudáveis:
- Alimentação natural: evite enlatados, produtos artificializados, alimentos dietéticos, adoçantes artificiais. Evite refrigerantes gasosos, sucos ou chás em latas ou engarrafados.
- Evite alimentos ou medicamentos coloridos contendo corantes.
- Tomar banho uma vez ao dia com sabonete glicerinado, evitando buchas ou esponjas. Ao secar, a toalha deve ser usada de forma suave, sem esfregar.
- Usar roupas adequadas, tecidos não aderentes, não apertadas no corpo.
- Use hidratante diariamente logo após o banho
- Aconselhe-se com o médico para a prática de exercícios ou exposição solar prolongada durante os surtos da urticária.
- Procure atividades de lazer, relaxe, combata o stress em sua vida.
- Só use medicamentos prescritos pelo médico!