quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Foliculite queloideana da nuca



A foliculite queloideana da nuca é uma forma crônica (de longa duração) de foliculite que resulta em cicatrizes queloideanas. A doença atinge quase exclusivamente homens jovens afrodescendentes e afeta principalmente a região posterior da cabeça e do pescoço.

A causa exata da doença permanece obscura mas estima-se que a irritação crônica e o encravamento de pelos grossos e curvados, podem estar relacionados com o desenvolvimento do quadro. Esta hipótese baseia-se no fato de que as lesões são agravadas pela raspagem ou pela irritação decorrente do atrito constante da gola das camisas nestas áreas, que leva à quebra dos fios. Homens que cortam os cabelos muito rentes à pele apresentam risco maior de desenvolver a enfermidade.

A doença se manifesta inicialmente formando lesões de foliculite, com pústulas (bolhinhas de pus) e pápulas (lesões elevadas) inflamatórias envolvendo os pelos da região posterior da cabeça e da nuca. O quadro geralmente se acompanha de coceira.

Com a persistência da foliculite, surgem mais pápulas e pústulas, que coalescem e, ao cicatrizar, dão origem à formação de placas queloideanas que aumentam de tamanho lentamente.

As áreas afetadas apresentam-se sem cabelos, mas fios partidos ou encravados podem ser observados entre as lesões queloideanas e nas margens das placas. As lesões são desfigurantes e podem ser dolorosas. Em casos avançados, pode ocorrer a formação de abscessos e fístulas que eliminam pus.

Tratamento

Para prevenir o agravamento da doença, os pacientes devem evitar cortes muito curtos do cabelo ou a raspagem dos pelos da região, assim como o uso de vestuário que possa provocar a quebra dos fios.

O tratamento deve ser iniciado tão logo apareçam os primeiros sintomas para se evitar a progressão da doença para o quadro queloideano, de controle mais difícil.

Medicações antibióticas e antiinflamatórias de uso local podem ser utilizadas nas fases iniciais. Nas fases mais avançadas, pode ser necessário o uso de antibióticos ou corticosteróides por via oral, assim como a infiltração intralesional de corticosteróides.

A isotretinoína, medicação utilizada para o tratamento da acne grave, também pode ser uma opção de tratamento para casos resistentes e, até mesmo, a radioterapia. Algumas lesões podem necessitar de drenagem cirúrgica.

O tratamento mais adequado para cada caso deve ser determinado pelo médico dermatologista.

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