Um novo tratamento tem sido oferecido por algumas clínicas de estética para atrair clientes que querem perder gordura sem esforço e sem se submeter a uma cirurgia: a injeção de enzimas extraídas do girassol.
Óleo extraído da planta reduziria a gordura
A substância é sintetizada em laboratório e tem sido indicada para aplicação em área de gordura localizada mas entidades como o Conselho Federal de Medicina (CFM), Anvisa e Sociedades de Endocrinologia e Dermatologia desaprovam este tipo de procedimento.
Os profissionais de estética que aplicam as injeções de enzimas (ou lipossomas) de girassol dizem que esta substância quebra a gordura que, em seguida, é eliminada na urina, sem sobrecarregar os rins e outros órgãos.
Ainda afirmam que as injeções não causam efeitos colaterais e não tem relação com o proibido lipostabil, banido pela Anvisa por causa dos seus efeitos adversos. O pacote de aplicações custa cerca de R$ 2 mil.
Anvisa e CFM não aprovam
A Anvisa não reconhece e não registra produtos com os nomes "enzimas ou lipossoma de girassol" para a perda de gordura localizada e diz que cabe à vigilância sanitária de cada estado fiscalizar e notificar possíveis abusos.
O CFM também não aprova e diz que repete-se o erro cometido quando se disseminou a injeção subcutânea de polifenóis da alcachofra e que resultou em verdadeiros desastres, inclusive com a contaminação por bactérias resistentes.
Diz também que não há evidência científica sobre esta pseudoterapêutica e que é mais um dos modismos da denominada medicina estética. O CFM recomenda que anúncios desse tipo de tratamento sejam encaminhados ao Conselho Regional de Medicina para providências quanto ao Código de Ética Médica.
Tratamento não tem comprovação científica
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia informa desconhecer qualquer evidência científica que justifique o tratamento e a Sociedade Brasileira de Dermatologia diz não ter conhecimento de estudo em revistas de grande impacto científico sobre o uso de lipossomas de girassol injetável para tratar gordura localizada.
Fonte: Jornal O Globo (14/04/2011)
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