sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Hiperidrose

A transpiração excessiva também é chamada de hiperidrose ou hiper-hidrose.

ETIOLOGIA DA SUDORESE EXCESSIVA :

O suor excessivo é uma condição anormal de hiperatividade do Sistema Nervoso Simpático, regulada pelo Centro Sudomotor Cerebral, que estimula as glândulas sudoríparas de determinadas áreas do corpo.

FISIOPATOLOGIA :

O paciente com hiperidrose sua muito além da necessidade para a regulação da sua temperatura, e embora não se conheça exatamente o mecanismo ou as causas pelas quais isto ocorre, em alguns indivíduos o suor intenso nas mãos, nos pés, nas axilas ou na face torna-se incontrolável, acompanhado de rubor facial, sentimento de embaraço e, freqüentemente, de uma forte ânsia de escapar da situação que os originou.Todo este quadro caracteriza uma situação denominada "fobia social".Nestas ocasiões existe um aumento da atividade do sistema nervoso simpático, que faz parte do chamado sistema nervoso autônomo sobre o qual não temos controle.

OCORRÊNCIA NA POPULAÇÃO :

A hiperidrose se manifesta em geral na infância e adolescência, ocorre em cerca de 1% da população e, em algumas vezes, pode acometer vários membros de uma família.

PRINCIPAIS ÁREAS AFETADAS :

As áreas do corpo mais freqüentemente afetadas são as mãos (hiperidrose palmar), os pés (hiperidrose plantar), as axilas (hiperidrose axilar), a face e o couro cabeludo (hiperidrose craniofacial).Outras áreas no tronco também são comumente afetadas, com diferentes combinações de severidade e localização.

OS SINTOMAS :

A hiperidrose é constrangedora e desconfortável causando problemas no campo afetivo-pessoal e do convívio social.
As mãos molhadas pingam de suor e levam as pessoas a evitar os cumprimentos com apertos de mãos, a namorar, a manusear papéis, máquinas, equipamentos e computadores. Devido ao constrangimento das mãos suadas, necessitam enxugá-las freqüentemente e por vezes disfarçadamente.
Os pés quase sempre molhados acumulam sujeira e impossibilitam o uso de sandálias de salto alto e de dançar.
O (embaraço) constrangimento social é evidente quando as axilas molhadas de suor encharcam a camisa, a blusa o vestido e o paletó.
O desempenho de determinadas profissões torna-se difícil, principalmente aqueles que dependem de trabalhos manuais ou de uma boa apresentação social.
As oportunidades profissionais são perdidas ou recusadas.
O medo de viver essas situações pode levar a um isolamento progressivo, resultando inclusive em depressão.
As medidas objetivas da sudorese e do rubor facial são difíceis de serem quantificadas, portanto, a opção pelo tratamento cirúrgico depende inteiramente do desejo do paciente.

FATORES DESENCADEANTES :

A hiperidrose pode estar relacionada ao calor, emoções ou relacionamento social (estresse social), entretanto pode ocorrer de modo inesperado, ou seja, sem razão aparente.

TRATAMENTOS :

Em todo mundo já foram tentados inúmeros tratamentos não-cirúrgicos para a hiperidrose, mas todos de efeito temporário ou mesmo nulo. Apenas o procedimento cirúrgico é considerado definitivo.


APLICAÇÕES TÓPICAS :

Tratamentos dermatológicos com soluções ou cremes adstringentes aplicados nas mãos e axilas, podem ser eficientes em casos leves.Outras fórmulas anidróticas para uso tópico têm sido utilizadas sem o resultado satisfatório como o cloreto de alumínio, o formaldeído e seus derivados (glutaraldeído), e o bicarbonato de sódio.

MEDICAMENTOS :

As drogas que diminuem o suor são chamadas de anticolinérgicas.Às vezes, a redução da transpiração excessiva, apresenta efeitos colaterais desagradáveis, como boca seca e dificuldades visuais, o que impossibilita seu uso por longos períodos de tempo.Tratamentos homeopáticos, ortomoleculares ou alternativos são ineficazes.

INJEÇÕES INTRADÉRMICAS :

Injeções locais de "Botox" têm efeitos transitórios com duração de quatro a seis meses.O uso é limitado a áreas de pequena extensão, o que é raro na hiperidrose.São necessárias cerca de 50 aplicações (injeções) em cada mão e além disso, o produto é muito caro.

IONTOFORESE :

Uma pequena corrente elétrica denominada iontoforese eletrônica é aplicada com solução salina nas regiões afetadas. O tratamento é diário e prolongado, com resultados temporários ou insatisfatórios.

PSICOTERAPIAO :

Tratamento psicológico ou o uso de sedativos ansiolíticos podem auxiliar a reduzir o rubor facial e as fobias, mas agem muito pouco na hiperidrose. Em geral, esses indivíduos passam muito tempo procurando ajuda, muitas vezes sem encontrá-la de maneira correta.Como é comum confundir o problema com algo associado a um desequilíbrio emocional, perambulam em consultórios psicológicos, psiquiatras ou se submetem a variadas "simpatias".

RESSECÇÃO CIRÚRGICA DAS GLÂNDULAS SUDORÍPARAS :

A ressecção ou lipoaspiração das glândulas sudoríparas sob a pele pode apresentar problemas de cicatrização.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Asma é sempre igual ?

Não, nem toda asma é igual!

A asma, também chamada de bronquite asmática, bronquite alérgica ou simplesmente bronquite, manifesta-se por crises de chiado, tosse e falta de ar.No entanto, a doença pode se modificar de acordo com a causa que está envolvida na provocação das crises. Por isso, pode assumir vários padrões clínicos, tais como:

- Asma por alergia a inalantes (ácaros): é o tipo mais freqüente. As crises em geral não são intensas, mas costumam ser repetidas ou até diárias, em especial nos meses de outono e inverno. Ocorre mais em pessoas alérgicas, sendo comum a associação com a Rinite. Em geral, há história de outros casos de alergia na família e os testes cutâneos são positivos para ácaros e para poeira domiciliar.

- Asma por alimentos: é mais comum em crianças pequenas, nos primeiros meses ou anos de vida, sendo o leite de vaca o mais freqüente provocador de crises. Em geral, ocorre muita secreção (catarro) tanto nos pulmões como nasal, com roncos e ruídos borbulhantes e poucos sibilos (chiados). Acompanha-se de sintomas gastrointestinais, como cólicas, vômitos, etc. melhora com a suspensão do leite e seus derivados da dieta infantil.

- Asma por infecção viral: pode ocorrer em lactentes e idosos, com crises intensas e graves. Gripes e resfriados são causas ou agravadores de crises de asma. Por isso é recomendada a vacina para gripe nas pessoas portadoras de alergia respiratória, em qualquer idade.

- Asma Mista: é aquela onde se associam fatores alérgicos (ácaros) e infecção causada por vírus nas vias respiratórias. As crises costumam ser fortes e graves.

- Asma por Sinusite: neste caso, a sinusite surge como uma complicação da rinite e atua como agente agravador da asma.

- Asma por medicamentos: Aspirina, Antinflamatórios e Analgésicos são os medicamentos mais implicados como causadores de crises de asma, sendo mais comum em adultos. Remédios para tratamento da hipertensão arterial também podem provocar crises, como é o caso dos betabloqueadores.Até mesmo colírios para tratar glaucoma que contém betabloqueadores são capazes de provocar asma. As crises são graves e respondem mal ao tratamento habitual.

- Asma por Refluxo: os sintomas são provocados pela presença de refluxo gastro-esofágico, sendo mais comum em crianças pequenas (em especial aquelas que usam mamadeira) e nos idosos. As crises ocorrem durante a noite, havendo relato de uma refeição volumosa no jantar ou de crianças que mamam deitadas ou que deitam logo após a mamada. A pessoa tende a acordar no meio da noite, com sensação de sufocação, tosse, falta de ar e chiado. Nem sempre os sintomas do refluxo (azia, dor na barriga, arrotos, enjôo ou vômito) estarão presentes.

- Asma por fatores emocionais: emoções fortes, estresse e fatores psicogênicos podem provocar crises em pessoas portadoras de asma. A própria asma provoca o fator emocional, por se tratar de doença sujeita a internações, atendimentos em emergência e sensação de morte. Contudo, a forma com que o fator emocional influencia na doença é muito individual. Em alguns casos poderá haver necessidade de tratamento psicológico especializado.

- Asma por mudança de tempo: frio e umidade são combinações que podem favorecer crises de asma em pessoas alérgicas, sendo o mais importante “gatilho” no inverno. Sabe-se que estas variações climáticas atuam sobre o sistema neurovegetativo provocando asma e rinite. Por outro lado, estas variações propiciam resfriados, que também são “gatilhos” de crises.

- Asma por alterações hormonais: são várias as situações onde os fatores hormonais podem provocar crises de asma: gravidez, menstruação, menopausa e ainda em períodos pré menstruais. Da mesma forma pode ocorrer em decorrência do uso de medicamentos para reposição hormonal e de anticoncepcionais.

- Asma profissional (ou ocupacional): neste caso as crises surgem relacionadas com ambiente e com o tipo de trabalho da pessoa.

- Asma por exercícios físicos: crises podem ser desencadeadas por esforço físico, sendo mais comum quando a atividade física é realizada em ambientes frios e secos.

- Asma por fatores irritantes: alguns fatores têm a capacidade de provocar irritação das vias respiratórias (fumaça, poluição, cheiros fortes) e provocar crises de asma. A fumaça do cigarro é a causa mais comum de irritação e piora da asma, em especial nas crianças que convivem com pais ou parentes fumantes.

Na realidade, os diferentes tipos de asma podem se misturar em uma mesma pessoa, dependendo do momento. Por exemplo, uma mulher portadora de asma pode engravidar e mudar o padrão da doença durante a gestação. Ou uma pessoa idosa pode estar com sua asma controlada e iniciar crises com o uso de um inocente colírio para tratar um glaucoma.

Mas, de todas as formas, o mais significativo padrão é a asma por alergia a ácaros (inalantes), que pode interferir com todos os outros tipos de asma.

Texto retirado do Blog da Alergia. Contando sempre com o apoio dos meus amigos e professores da Policlínica Geral do Rio de Janeiro

Proteção Solar / 10 Dicas


Aproveite o melhor do sol protegendo sua pele!
O sol é o principal responsável pelo envelhecimento da pele e pelo surgimento do câncer. Especialmente durante o verão, devido às férias, ficamos mais tempo ao ar livre e expostos ao sol, aumentando o risco de queimaduras solares. Exatamente nesta época, o ultravioleta B, principal causador do câncer da pele, apresenta maior intensidade, por isso, todos os cuidados devem ser tomados para evitar a ação danosa do sol.
Seguindo as orientações abaixo, você poderá aproveitar o melhor do sol protegendo sua pele:
1. Evite exposições prolongadas e repetidas ao sol. Queimaduras solares acumuladas durante a vida predispõem ao câncer da pele.
2. Evite se expor ao sol nos horários próximos ao meio-dia. O horário entre 10 e 16 horas tem grande incidência de raios ultra-violeta B, principais responsáveis pelo surgimento do câncer da pele. Procure a sombra neste período.
3. O bronzeamento ocorre gradativamente, após os primeiros dias de exposição. A pele leva 48 a 72 horas para produzir e liberar a melanina, pigmento que dá cor à pele. Portanto, não adianta querer se bronzear em um só dia. Ficar muito no sol não vai acelerar este processo. Você só vai se queimar e as queimaduras promovem danos irreversíveis para a pele.
4. Use sempre barracas de praia, bonés, viseiras ou chapéus. Cerca de 70% dos cânceres da pele ocorrem na face, proteja-a sempre. Não se esqueça de proteger os lábios e as orelhas. As barracas devem ser grossas, para bloquear bem a passagem do sol.
5. Aplique generosamente o filtro solar, 20 a 30 minutos antes de sair ao sol. Este é o tempo necessário para a estabilização do protetor solar na pele, de modo que sua ação ocorra com maior eficácia. Faça isso de preferência em casa, sem pressa. Lembre-se de reaplicar o filtro a cada 2 horas ou após mergulhar.
6. Use filtro solar com FPS 15 ou maior. FPS é a abreviação de Fator de Proteção Solar e significa que usando um filtro com fps=15 sua pele levará 15 vezes mais tempo para ficar vermelha do que sem proteção. Pessoas de pele muito clara ou que tenham sardas, devem usar filtros com FPS 25 ou maior para garantir uma melhor proteção.
7. Peles claras e pessoas ruivas exigem maiores cuidados, pois são mais propensas ao câncer da pele. Pessoas de pele muito clara raramente se bronzeiam, portanto não insista em querer se bronzear, você só vai se queimar e danificar sua pele.
8. Mormaço também queima. Não se engane. Mesmo nos dias nublados, até 80% da radiação ultravioleta pode atravessar as nuvens e chegar à Terra. Portanto, use filtros solares também nestes dias.
9. Filtro solar deve ser usado diariamente. Se você se expõe ao sol diariamente, mesmo que não seja na praia, use filtro solar nas áreas expostas para evitar o dano solar que se acumula durante os anos de vida.
10. A proteção das crianças é responsabilidade dos pais! Proteja as crianças e estimule os adolescentes a se protegerem. Este é um hábito que deve ser formado desde cedo. Cerca de 75% da exposição solar acumulada durante a vida ocorre até os 20 anos de idade, sendo muito importante a proteção solar nesta época da vida.

Dicas Úteis

Cuidados com a pele ressecada e/ou descamativa:

-não tome banhos muito quentes, eles retiram a oleosidade natural da pele.
-evite se ensaboar demais e não use bucha, isso retira a hidratação natural da pele. Prefira sabonetes suaves, "hidratantes".
-se tomar 2 banhos por dia, ensaboe o corpo todo em apenas 1 deles. No outro, só ensaboe as áreas de dobra de pele (axilas, regiões inguinais e nádegas).
-logo após o banho, com a pele ainda úmida, use um hidratante nas áreas ressecadas. Procure um dermatologista para saber qual o hidratante mais indicado para sua pele.
-beba bastante água e coma frutas, legumes e verduras.

Cuidados com a pele oleosa:

-evite usar hidratantes nas áreas de pele oleosa, eles raramente são necessários. Mesmo se logo após o banho, a pele parece ressecada, em pouco tempo a oleosidade natural vai retornar.
-evite lavar a face com água quente, pois isso estimula a produção de mais oleosidade.
-evite alimentos gordurosos.
-beba bastante água e coma frutas, legumes e verduras.
-só use filtros solares ou cosméticos com o rótulo oil free (sem óleo).
-se, além de oleosa, a pele descama ou fica avermelhada ou com coceira, procure um dermatologista, você pode estar com dermatite seborréica.

Cuidados com os cabelos oleosos:

-evite usar condicionadores próximo à raiz dos cabelos ou xampus que contenham condicionadores na sua fórmula (2 em 1).
-evite lavar a cabeça com água quente.
-evite alimentos gordurosos e bebida alcoólica.
-beba bastante água e coma frutas, legumes e verduras.
-cuidado com o estresse, ele pode aumentar a produção de oleosidade.
-se além da oleosidade tem caspa e coceira, pode ser a dermatite seborréica. Neste caso, procure um dermatologista para o correto diagnóstico e tratamento.

Cuidados com os cabelos ressecados e com pontas duplas:

-use condicionadores após o xampu.
-use regeneradores de pontas após o banho.
-evite pentear frequentemente os cabelos.
-evite fazer escova.
-evite o calor intenso dos secadores.

Cuidados com as unhas:

-não corte as unhas até o "sabugo", deixe sempre uma pequena porção da borda livre.
-não corte as unhas dos pés pelos cantos, isso evitará que elas encravem.
-não retire ou afaste as cutículas, elas protegem a matriz ungueal da ação de substâncias químicas e/ou microorganismos.
-evite usar endurecedores de unha, eles podem causar ressecamento e manchas.
-evite deixar as mãos úmidas por muito tempo. A umidade excessiva favorece o surgimento de micoses como o "unheiro".
-deixar de usar esmaltes durante 1 semana por mês, usando um hidratante com uréia neste período, ajuda a evitar o ressecamento e desfolhamento das unhas.
-qualquer alteração como bordas desfolhando ou quebrando, manchas, descolamento ou espessamento da unha, procure um dermatologista para o correto diagnóstico e tratamento.

Como evitar o envelhecimento e o câncer da pele?

A exposição prolongada e repetida da pele ao sol causa o envelhecimento cutâneo além de predispor a pele ao surgimento do câncer. Tomando-se certos cuidados, os efeitos danosos do sol podem ser atenuados. Aprenda a seguir como proteger sua pele da radiação solar.

-use sempre um filtro solar com fator de proteção solar (FPS) igual ou superior a 15, aplicando-o generosamente pelo menos 20 minutos antes de se expor ao sol e sempre reaplicando-o após mergulhar ou transpiração excessiva.
-use chapéus e barracas grossas, que bloqueiem ao máximo a passagem do sol. Mesmo assim use o filtro solar pois parte da radiação ultra-violeta reflete-se na areia atingindo a sua pele.
-evite o sol no período entre 10 e 15 horas.
-a grande maioria dos cânceres de pele localizam-se na face, proteja-a sempre. Não esqueça de proteger os lábios e orelhas, locais comumente afetados pela doença.
-procure um dermatologista se existem manchas na sua pele que estão se modificando, formam "cascas" na superfície, sangram com facilidade ou feridas que não cicatrizam.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Esclerodermia

É uma doença auto-imune (o próprio organismo agredindo suas estruturas) na qual ocorre o endurecimento da pele, que se torna espessada, lisa e sem elasticidade. O nome esclerodermia deriva-se do grego, que significa “pele dura”. Existem variedades que acometem somente a pele e uma forma que acomete a pele, vasos sanguíneos e órgãos internos.


Manifestações clínicas :

A esclerodermia pode se manifestar de mais de uma forma. Os tipos que apresentam somente alterações cutâneas recebem denominações de acordo com o formato e extensão das lesões. As lesões formam áreas de pele endurecida, de superfície lisa, sem pêlos e cor de marfim.

Localizam-se no tronco, nos membros superiores ou nos membros inferiores. Podem se manifestar das seguintes formas:
*em gotas: as lesões são bem pequenas, do tamanho de gotas.
*em placas ou morfea: as lesões são maiores, arredondadas ou ovais.
*linear ou em faixa: as lesões são alongadas e unilaterais. A esclerodermia linear que ocorre na fronte e couro cabeludo é conhecida como esclerodermia “em golpe de sabre” devido à descrição histórica da semelhança com a cicatriz de um ferimento provocado por um sabre.
*segmentar: também é unilateral, porém áreas maiores são acometidas. A pele fica aderida às estruturas profundas, com comprometimento do músculo, provocando deformidade na região afetada, que pode ser a face, membros superiores ou inferiores.
*generalizada: cursa com diversas lesões distríbuidas pela pele.

O tipo que acomete a pele e órgãos internos é conhecido como Esclerose Sistêmica Progressiva. Além do endurecimento difuso da pele ocorrem alterações dos vasos sanguíneos, dos músculos, das articulações, do tubo gastro-intestinal, do coração, dos pulmões e dos rins. O endurecimento progressivo da pele pode levar à dificuldade de realizar movimentos simples, como fechar as mãos ou dobrar os braços.

Uma manifestação clínica bastante característica desse tipo é a coloração violácea que ocorre nas mãos e nos pés, devido a diminuição da irrigação sanguínea, conhecida como Fenômeno de Raynaud.

Tratamento :

O tratamento das formas restritas à pele é realizado com a aplicação de medicamentos locais através de massagens ou infiltrações. Nas formas que apresentam deformidades é importante a fisioterapia para evitar o comprometimento dos movimentos. Nas formas generalizadas são necessários medicamentos orais.

A Esclerose Sistêmica Progressiva geralmente é tratada pelo reumatologista ou clínico geral devido ao envolvimento dos órgãos internos. São empregados medicamentos de uso interno, que podem acarretar efeitos colaterais importantes e que exigem um médico com experiência no seu uso.

Para evitar o Fenômeno de Raynaud deve-se manter as extremidades aquecidas com luvas e meias e evitar lavar as mãos com água fria.

Ictiose Vulgar

Doença de origem genética (genodermatose) que tem como característica principal o ressecamento e a descamação da pele.

As manifestações costumam aparecer após o nascimento, geralmente no primeiro ano de vida. Pode apresentar-se apenas com ressecamento da pele e descamação fina ou com intensa descamação, formando escamas grandes, de aspecto geométrico.

As áreas mais atingidas são os membros, podendo atingir também face e couro cabeludo. As palmas das mãos e as plantas dos pés podem estar espessadas (hiperceratose), com acentuação dos sulcos. As áreas de dobra de pele (joelhos, cotovelos...) geralmente são poupadas. Pode haver a formação de ceratose folicular (pontos espessados nas aberturas dos folículos pilosos) em algumas regiões.

A doença tende a regredir ou diminuir os sintomas com o passar dos anos.

Tratamento :

Por ser uma doença genética, não existe um tratamento que a elimine definitivamente. O objetivo é combater o ressecamento da pele. O frio intenso é prejudicial e deve ser evitado. Os banhos devem ser mornos e deve-se evitar o uso excessivo de sabões. Hidratantes potentes devem ser utilizados logo após o banho, de modo a reter a umidade da pele e a indicação do tipo mais adequado deve ser feita por um médico dermatologista.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Alergia aos anestésicos

Anestesia consiste no uso de medicamentos com objetivo de bloquear a dor durante um procedimento, sendo amplamente utilizada, desde pequenos curativos, exames diagnósticos, extrações dentárias, partos, até grandes cirurgias.

Existem diversos tipos de anestesia:
Local: usada em procedimentos menores e aplicada diretamente no local que será tratado.
Geral: usado para cirurgias e procedimentos maiores, onde o paciente é mantido inconsciente, ou seja, todo seu corpo fica anestesiado.
Peridural ou raquianestesia: neste caso é feito um bloqueio da dor do abdome até os membros inferiores.

A alergia aos anestésicos não é tão freqüente como parece. Estatísticas apontam para um caso de complicação específica da anestesia para cada 10 mil cirurgias (não incluindo urgências e emergências). No entanto, é comum que uma pessoa sinta receio e temor ao saber que necessita usar algum tipo de anestesia. È importante ressaltar que diariamente milhares de anestesias são aplicadas com total segurança. Entretanto, infelizmente, os dados que chegam às páginas dos jornais e à mídia se resumem aos insucessos, induzindo a falsa idéia de que estes são predominantes.

O médico anestesista não apenas administra os medicamentos, mas acompanha as funções vitais e a evolução de cada paciente durante o ato anestésico, o que torna o procedimento seguro. A visita pré anestésica permite que o profissional avalie cada pessoa e tenha conhecimento de suas características individuais. È importante referir ao anestesista se é portador algum tipo de alergia ou de outras doenças e se utiliza algum medicamento que pode interferir com a anestesia. Pessoas que já tiveram reações anteriores ou que tiverem dúvidas quanto à possibilidade de uma reação ao anestésico, devem comunicar estes fatos ao anestesista para que ele possa fazer a escolha adequada.

Ressalta-se que analgésicos são diferentes e tem atuação independente no organismo. Por isso, não significa que as pessoas portadoras de reações com analgésicos e antinflamatórios terão mais chance de ter reação também com anestésicos. Mesmo assim, estas reações devem ser relatadas ao médico a fim de que se evite o uso no pós-operatório.


Reação aos anestésicos gerais

Os principais anestésicos gerais são:
- Parenterais: tiopental, tiamilal, etomidato, propofol, cetamina
- Inalatórios: podendo ser gasosos (óxido nitroso ou protóxido de nitrogênio ou protóxido de azoto) ou ainda sob forma de líquidos voláteis (hidrocarbonetos halogenados: halotano, enflurano, isoflurano, sevoflurano).

A anestesia geral é um método seguro mas pode se acompanhar de reações alérgicas, em geral de pequena monta. Eventualmente pode surgir uma reação anafilática. Numa anestesia geral, o paciente está sob o efeito não apenas do anestésico propriamente dito, mas também de outros medicamentos que auxiliam na sedação e no efeito da anestesia. Citam-se como exemplos: anti-sépticos, analgésicos, expansores plasmáticos, sangue e derivados, etc.

Reações alérgicas e pseudo alérgicas podem ocorrer. Nem sempre é fácil determinar a causa porque são administradas muitas drogas de maneira simultânea. Observa-se que os medicamentos pré-anestésicos e os relaxantes musculares são causas freqüentes de reações alérgicas na anestesia geral.

Reações alérgicas aos anestésicos são menos comuns nas crianças (primeira década de vida) e após os 70 anos. Verifica-se maior incidência de reações aos relaxantes musculares em mulheres, provavelmente por reação cruzada a um radical encontrado tanto nos relaxantes como em alguns cosméticos.

Pessoas portadoras de alergia ao látex poderão ter reações adversas no momento da cirurgia, já que produtos contendo estas substâncias são muito comuns em ambientes hospitalares, em especial nas salas de cirurgia.

Em caso de ocorrência de reações alérgicas à anestesia, é importante que se procure um médico especialista em Alergia, para que possa analisar a história do paciente de forma minuciosa e indicar a conduta mais adequada para cada caso.

Reação aos anestésicos locais

Os principais anestésicos locais pertencem a dois grupos de substâncias:
1. Grupo Amida: é o grupo mais utilizado: lidocaina (xilocaína), bupivacaína, levobupivacaína, prilocaína, ropivacaína.
2. Grupo Éster: tetracaína, benzocaína, procaína (novocaína).

As reações aos anestésicos locais são mais freqüentes e podem ser de 3 tipos:

- Reações vaso-vagais: sudorese, mal estar, taquicardia, desmaios. Resultam de reação nero-vegetativa derivada do medo, ansiedade ou pânico.
- Reações tóxicas: resultam de uma injeção de quantidade excessiva do anestésico ou por introdução acidental nos vasos sanguíneos da região anestesiada. Estas constituem a maioria das reações descritas, não tendo mecanismo alérgico. Podem provocar desde reações discretas como outras de maior gravidade.
- Reações alérgicas: são mais raras (cerca de 1%), mas podem ser intensas e graves.
- Dermatite de Contato Alérgica: são formas mais freqüentes e benignas, resultantes da aplicação na pele dos anestésicos sob forma de cremes, pomadas e soluções. No paciente sensibilizado, um ou dois dias após a aplicação surge uma reação de eczema (vermelhidão, coceira, vesículas).

As reações alérgicas aos anestésicos locais podem ser prevenidas através da avaliação clínica e análise do episódio anterior, seguida da realização de teste cutâneo com o anestésico alternativo. Em geral utiliza-se a lidocaína como teste em função de sua utilização e baixa incidência de reações.

Ceratose actínica (ceratose solar)

As ceratoses actínicas são lesões que surgem nas áreas da pele continuamente expostas ao sol e é resultado do efeito acumulativo da radiação ultra-violeta do sol sobre a pele durante toda a vida. As pessoas de pele clara e idade avançada são mais afetadas. A doença não é, entretanto, privilégio de idosos, aparecendo também em pessoas de meia idade que se expuseram de forma intensa e repetida ao sol.

As ceratoses solares estão incluídas entre as dermatoses pré-malignas pois podem, eventualmente, se transformar em um câncer da pele.

As lesões aparecem principalmente na face, couro cabeludo (homens calvos) e dorso dos braços e das mãos. Podem ter vários aspectos: avermelhadas e descamativas, manchas de cor escura discretamente elevadas e rugosas ou lesões ásperas, bastante elevadas e endurecidas.


O número de lesões varia muito podendo ser desde lesão única até áreas de pele completamente recobertas por ceratoses. As escamas endurecidas que recobrem as ceratoses podem se soltar devido a traumatismos mas voltam a se formar.

Quando ocorre a transformação em câncer da pele, as ceratoses tornam-se mais elevadas, pode haver vermelhidão na sua base e sangram com facilidade a pequenos traumatismos.

Tratamento :

Devido ao fato de serem lesões pré-cancerosas as ceratoses actínicas devem ser tratadas. O tratamento é feito através da destruição das ceratoses pela cauterização química, eletrocoagulação ou crioterapia com nitrogênio líquido, devendo ser realizado por um médico dermatologista após a avaliação de cada caso.

Ceratose folicular ou pilar

Manifestação frequente devido a uma alteração da última camada da pele que forma "rolhas" nas aberturas dos folículos pilosos. Geralmente surge na infância e há uma tendência familiar. A causa é genética, mas hábitos como os de usar roupas justas podem agravar o quadro.

As áreas mais frequentemente acometidas são a parte externa dos braços (principalmente) e das coxas. A doença se manifesta pela formação de "bolinhas" endurecidas nas aberturas dos poros, que deixam a pele áspera. As "rolhas" causam a retenção da secreção sebácea podendo formar lesões semelhantes a espinhas que, algumas vezes, podem inflamar e deixar manchas escuras residuais.


Tratamento :

Não existe uma forma de se acabar definitivamente com a doença, mas medicações de uso local, sob a forma de loção, creme ou gel, controlam bem o quadro e devem ser usadas continuamente, mesmo quando se obtiver melhora, para manutenção do resultado.

Deve-se evitar o uso de roupas apertadas, tecidos sintéticos e de produtos gordurosos nos locais afetados. As manchas escuras tendem a diminuir com o controle da doença e podem obter melhora com o uso de despigmentantes indicados pelo médico dermatologista.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Alergia à Picada de Inseto 2

Sempre que um inseto pica a nossa pele para sugar nosso sangue, um pouco da sua saliva e de algumas substâncias (como anticoagulantes) entram em contato com o nosso organismo e portanto com os nossos mecanismos de defesa. Ocorre então, em resposta à este contato, a liberação de algumas substâncias que promovem o inchaço, vermelhidão e coceira no local (entre elas, a mais conhecida é a histamina). A quantidade liberada relaciona-se à susceptibilidade individual e ao tipo de inseto que picou; alguns insetos como borrachudos, por exemplo, costumam promover uma maior reação alérgica local à picada. Outros insetos, como abelhas e vespas, podem inocular substâncias que provocam fortes reações e causam muita dor no local da picada.

A alergia à picada de insetos que é mais comum é aquela que ocorre nas crianças pequenas, caracterizada pelo aparecimento de "bolinhas" vermelhas pelo corpo da criança, normalmente próximas ao local de uma picada de inseto. Este tipo de alergia, chamado Estrófulo, é totalmente benigno mas pode causar incômodo pela coceira que provoca. Pode ocorrer ainda a infecção de pele como complicação da coçadura mais insistente, que produz machucados na pele. Cobrir a pele o máximo possível, com roupas, nos locais onde se sabe haver grande incidência de pernilongos, formigas, etc.


A reação de uma picada de inseto varia entre pessoas. Uma reação normal se trata de um pouco de dor, a pele fica um pouco inchada e vermelha ao redor da picada. Simplesmente desinfete a área da picada, lavando com água e sabão, e coloque um pouco de gelo para reduzir inchaço. Algumas vezes o inchaço pode ter o dobro do tamanho dependendo em que parte do corpo a picada ocorreu. Um exemplo: se a picada for na área sensível do antebraço, o inchaço e a dor será maior. Mesmo sendo a aparência mais alarmante, o tratamento é o mesmo. Mas porque esta condição talvez persistirá por mais de dois ou três dias, anti-histamínicos e corticosteróides são dados por um médico para diminuir o desconforto.Abelhas picam deixando um ferrão na pele de suas vítimas. Se isto acontecer com você, não a puxe com as unhas ou qualquer instrumento, pois isto levara a que mais do veneno do ferrão seja injetado dentro da pele. Pegue uma toalha ou sua camisa e passe com força sobre o ferrão e lave a área com água e sabão. Bolhas de pus são muito comuns de 8 à 24 horas após uma picada de formiga. Para não permitir uma infecção bacteriana, não fure a bolha de pus, mesmo sendo tão desconfortável. Também furando estas bolhas podem causar cicatrizes na pele. Vários cremes de corticosteroides ou antihistaminicos orais são muito eficientes.

Uma reação alérgica de uma picada de inseto e extremamente perigosa, e exige atenção médica imediata. Sintomas de uma reação alérgica incluem um ou mais dos seguintes:
Manchas, coceiras, e inchaços em outras áreas do corpo além da área picada pelo inseto.
Aperto no peito, e dificuldades para respirar.
Mudança na voz.
Inchaço da língua.
Uma reação anafilática, pode ocorre minutos após uma picada. É um caso de vida ou morte.
Como sintomas de uma reação anafilática, temos:Tonteira.Baixa de pressão sangüínea.Desmaio.Parada cardíaca.
Pessoas que tiveram uma reação alérgica a uma picada de um inseto, tem 60 por cento de chance de terem a mesma reação alérgica ou até pior, se forem picados novamente.
As reações anafiláticas são tratadas em duas etapas.
* Primeiro: um tratamento de emergência dos sintomas com o uso de drogas, como adrenalina, anti-histaminicos, corticosteróides, fluídos intravenosos, oxigênio, e outros tratamentos. Quando o paciente estiver estabilizado, deverá ficar uma noite no hospital sob observação.
* Segundo: um tratamento chamado Imunoterapia, deverá ser usado para prevenção de recorrências.
Um remédio chamado adrenalina é levado para onde o paciente for, para que se a reação ocorrer novamente, esta pessoa esteja preparada para retardar o início dos sintomas, dando mais tempo para conseguir atenção médica qualificada, prevenindo com isso reações fatais.

Imunoterapia :

É um tratamento de longo prazo, com vacinas administradas por um alergista e imunologista, para prevenção de futuras reações alérgicas a picadas de insetos.A Imunoterapia envolve a administração de uma pequena quantidade do veneno, para estimular o sistema imunológico do paciente, reduzindo o risco de reações alérgicas em exposições subseqüentes. Em semanas ou meses, pessoas que estavam em constante perigo de reações alérgicas a picadas de insetos, podem voltar a uma vida normal, graças a Imunoterapia.Peça a seu médico para te referir a um Alergista e Imunologista, que é um especialista em diagnóstico e tratamento de doenças alérgicas. Baseando em seu histórico médico, e alguns testes, o Alergista determinará se você é um candidato a imunoterapia.

Prevenção :

Sabendo como prevenir picadas de insetos, levará ao maior aproveitamento do verão. A maioria dos insetos estão mais ativos no verão, e o início do outono. Tenha cuidado com os lixos que estão na rua, piqueniques, florestas, e tente reduzir o máximo possível, o estar com a pele descoberta quando estiver em lugares onde insetos estão ativos.

Recomendações :

Evite o uso de sandalhas em gramados. Muitas insetos habitam no gramado.
Nunca faça nenhum movimento brusco quando um inseto estiver em você. Espere com paciência até que o inseto saia.
Nunca beba de uma garrafa aberta na rua, pois os insetos são atraídos pela bebida doce.
Quando estiver comendo na rua, cubra a comida em todos os momentos.
Sempre lacre os lixos .
Evite o uso de perfumes, desodorantes, e qualquer outro aroma doce no verão, e no início do outono.
Evite o uso de roupas muito coloridas.
Tenha muito cuidado quando estiver trabalhando em seu quintal.
Use redes nas janelas da casa, e sempre fique com as janelas do carro fechadas.
Esteja preparado com remédios para o uso contra reações alérgicas.
Se você já teve uma reação alérgica a uma picada de inseto, por favor veja um Alergista e Imunologista