Imunoterapia :
Imunoterapia é o nome dado ao tratamento realizado com as vacinas para alergia, constituído por extratos de substâncias inaláveis, como por exemplo, os ácaros da poeira de casa, diluídos em condições especiais.
As vacinas são empregadas com a intenção de atuar na inflamação alérgica e para diminuir a sensibilidade aos alérgenos. A imunoterapia está indicada nos casos de asma e rinite alérgica, ou seja, naqueles pacientes que apresentam crises por poeira domiciliar, ácaros, pêlos de cão e gato, pólens e mofo.
O termo "vacina para alergia" é freqüentemente usado para denominar o tratamento imunoterápico com alergenos, ou vacinação anti-alérgica. A imunoterapia com alergenos é um programa eficaz de vacinação que pode aumentar sua imunidade a substâncias chamadas de alergenos, que desencadeiam seus sintomas.
A imunoterapia com alergenos envolve a administração de quantidades gradualmente crescentes de um alergeno a um paciente, por um período de muitos meses. As injeções são inicialmente dadas em base semanal (ou duas vezes por semana) e, após se chegar ao nível de manutenção, em base mensal. Esse processo reduz os sintomas que seriam desencadeados pela exposição ao alergeno. A imunoterapia é o que mais se aproxima a uma "cura" dos sintomas alérgicos, pois uma vez que se atinja a dose de manutenção das vacinas ou tenha terminado o tratamento, seus sintomas estarão, geralmente, muito reduzidos.
Embora a imunoterapia seja mais conhecida com o nome de "vacinas para alergia", este é um termo inadequado. O que significa a palavra vacina? Em seu sentido literal, significa um medicamento que deve ser utilizado para a prevenção de determinadas patologias. Por exemplo, toma-se vacina contra o sarampo para que não se contraia a doença. Isto não ocorre desta forma com o uso das "vacinas para alergia": o fato de utilizá-las não torna o paciente imune às doenças alérgicas. Na verdade, gradativamente a pessoa passa a reagir de forma mais branda à estímulos que o levariam a crises antes do tratamento, até que a reação apresentada não seja suficiente para que surjam os sintomas alérgicos.
A imunoterapia age sobre várias células e sistemas, resultando na diminuição do processo inflamatório na árvore respiratória e numa capacidade maior de resistência aos fatores que o levariam às crises. O nome mais correto é: imunoterapia específica com extratos alergênicos.
O preparo da vacina deve ser feito de modo específico, ou seja, de acordo com a história de cada pessoa e com o resultado dos testes alérgicos. A conservação da vacina deve ser feita a uma temperatura de cerca de 8º, que é encontrada na porta das geladeiras. A potência imunogênica das vacinas fica muito diminuída quando este item não é observado.
A imunoterapia deve ser encarada como parte do tratamento global da Asma e da
Rinite Alérgica. De importância inegável, as "vacinas para alergia" não devem ser utilizadas isoladamente, mas sim integradas ao tratamento medicamentoso e às medidas de controle ambiental.
Como funciona o tratamento?Se você é alérgico a uma substância como o ácaro, você não vai tratar sua alergia inalando repetidamente ácaros (poeira) pelo nariz ou pela boca (para ir mais diretamente aos pulmões). Então, como pode acontecer que aumentando a exposição a substâncias que desencadeiam suas alergias —como alergenos do ácaro ou do gato— você será ajudado?
A imunoterapia com alergenos funciona como uma vacinação. Através da exposição do seu corpo a pequenas quantidades injetadas de um alergeno particular, em doses crescentes, seu corpo constrói uma imunidade aos alergenos aos quais você é alérgico. Isto significa que quando encontrar esses alergenos no futuro, você terá uma reação alérgica discreta ou muito diminuída, com menos sintomas.
No início de uma imunoterapia, a primeira injeção consiste de uma pequena quantidade de uma vacina muito pouco concentrada (muito diluída). A cada semana, o paciente recebe quantidades cada vez maiores de alergenos. A velocidade com que se pode aumentar a concentração da vacina depende da sensibilidade do paciente. Geralmente o paciente atingirá a dose de manutenção em cerca de 6 meses após o início do tratamento com vacinas. Essa dose de manutenção é então dada a cada 1-2 semanas e, depois, o intervalo é aumentado para cada 3-4 semanas.
Se você começar um tratamento imunoterápico com alergenos, é muito importante que continue suas injeções em bases regulares até que o tratamento seja descontinuado. Caso contrário não haverá benefícios com o tratamento. Geralmente os pacientes recebem injeções por 3-5 anos ou mais. Após esse tempo, sua sensibilidade a um alergeno particular estará reduzida, freqüentemente por anos após a interrupção do tratamento. Isso pode significar, por exemplo, que você poderá tolerar exposições maiores ao ácaro (por exemplo) sem apresentar sintomas.
A imunoterapia anti-alérgica funciona alterando as respostas imunológicas anormais que causam a alergia. Anticorpos protetores, similares àqueles provocados em respostas a outras vacinas, desempenham um papel nos resultados benéficos da imunoterapia.
Benefícios:
O tratamento imunoterápico anti-alérgico deve ser considerado quando os sintomas alérgicos são moderados ou intensos, quando ocorrem por quase todo o ano, quando não respondem adequadamente às medicações, e quando são desencadeados por alergenos dificilmente controlados, como o ácaro poeira domiciliar.
Por exemplo, se você é extremamente alérgico ao ácaro, você pode experimentar sintomas intensos, como asma, espirros, coriza intensa, olhos e nariz altamente pruriginosos, etc. É impossível, ou ao menos impraticável, evitar esse alergeno trazido pelo ar (aeroalergeno). Apesar de que medidas profiláticas podem ajudar a diminuir a exposição, e que medicações podem ser úteis, você pode continuar experimentando sintomas por períodos prolongados durante o ano. Para tal paciente, a imunoterapia específica pode levar a um alívio significativo.
Possíveis efeitos colaterais:
Como você pode ver, a imunoterapia por alergenos pode ser benéfica para muitos pacientes alérgicos. No entanto, existem alguns senões. Alguns pacientes podem achar que a aplicação repetida de vacinas pode ser inconveniente. Como qualquer tratamento, alguns pacientes podem apresentar reações adversas, i.e., às vezes as vacinas podem provocar reações alérgicas.
Durante o tratamento, alguns pacientes desenvolvem uma inchação ou um nódulo. Quando é grande, pode ser designado como uma "reação local". Os anti-histamínicos orais, compressas de gelo, ou o ajuste da dose da vacina melhoram essas reações.
Raramente, um paciente pode apresentar uma reação mais séria, resultando em sintomas de asma ou em anafilaxia. Os sintomas de asma incluem tosse, chiados no peito e falta de ar. Os sintomas de uma reação anafilática podem incluir espirros, coriza aquosa, coceira nos olhos, inchação na garganta, chiados no peito (ou uma sensação de aperto no peito), náusea, tonteira, ou outros sintomas. Tais sintomas requerem tratamento imediato. Se não forem apropriadamente tratadas, essas reações podem ficar mais sérias. Em certos casos, é necessário que o paciente aplique as doses em consultório ou em local preparado, permanecendo pelo menos 20 minutos após a aplicação.
Em resumo, a imunoterapia com alergenos é um programa de vacinação que é altamente eficaz para os pacientes alérgicos. É o que mais se aproxima de uma "cura" para os que têm rinite alérgica, asma alérgica causada por alergenos como os ácaros, ou alergia a picadas de insetos. Tal terapia traz um alívio aos muitos alérgicos que não podem evitar os alergenos aos quais são alérgicos.
Referência Bibliográfica = Blog da Alergia